LÍDER RELIGIOSO Pastor Aluízio Vidal critica mistura entre fé e política e defende respeito à diversidade em entrevista ao podcast Resenha Política Publicada em 15/05/2025 às 10:44 PORTO VELHO (RO) – Em entrevista ao episódio 025 do Podcast Resenha Política, apresentado pelo jornalista Robson Oliveira, o pastor Aluízio Vidal fez uma análise crítica e profunda sobre os rumos da religião, da política e da sociedade brasileira. Com linguagem direta e fundamentada em sua trajetória espiritual e social, Vidal refletiu sobre temas como manipulação da fé, polarização política, perseguição religiosa, justiça social e meio ambiente. Confira os principais pontos abordados: Crescimento evangélico e apelo emocional Pastor da Igreja Presbiteriana em Porto Velho, Aluízio Vidal comentou sobre o crescimento das igrejas evangélicas no Brasil e, especialmente, em Rondônia. Para ele, o avanço das chamadas igrejas pentecostais e neopentecostais se dá pelo uso de uma linguagem mais emocional, que valoriza experiências e testemunhos de fé: “A igreja pentecostal fala a linguagem da emoção, das experiências vividas. Já as igrejas tradicionais e a Igreja Católica falam mais à razão e são muito litúrgicas.” Milagres, manipulação e mercantilização da fé Vidal reconhece a existência de milagres genuínos movidos pela fé, mas alerta para manipulações emocionais e desonestidade em alguns segmentos religiosos: “Tudo que é extraordinário pode vir de três fontes: de Deus, do diabo ou da mente. Há muita manipulação e até desonestidade. Tem pastor virando homem de negócios.” Fé e política: “Religião deve estar separada do poder” Apesar de já ter sido candidato ao Senado e à Prefeitura, Vidal afirma que sempre separou sua atuação política da identidade religiosa: “Nunca fui candidato como pastor Aluízio, sempre como cidadão. A religião dentro do templo não pode virar palanque.” Ele critica a simbiose entre poder político e liderança religiosa: “A política exige que o candidato vire um produto. Eu não consigo ser produto.” Evangelho como ideologia O pastor rejeita rótulos ideológicos e diz que sua referência é o Evangelho: “Não sou de direita ou de esquerda. Minha ideologia é o Evangelho, que não cabe em rótulos. Ele busca o que for mais justo.” Ao falar sobre sua atuação social e política, ele afirma: “Índio, negro, meio ambiente, pobre, presidiário. Esses precisam ser ouvidos. Isso é Evangelho. Mas as pessoas chamam isso de esquerda.” Perseguição às religiões de matriz africana Vidal defendeu o respeito às religiões afro-brasileiras e afirmou que o preconceito contra essas práticas está ligado ao racismo histórico do país: “Negar o culto afro é negar a si mesmo. É parte da nossa cultura e precisa ser respeitado.” Polarização e intolerância Questionado sobre o clima de ódio político, Vidal condenou a radicalização dos discursos e pediu respeito às diferenças: “Nossa luta não é eliminar as diferenças, é ensinar o respeito ao diferente. O amadurecimento democrático depende disso.” Meio ambiente: “Rondônia virou lugar do lucro, não da vida” Com forte atuação social na região sul da Amazônia, Vidal criticou a expansão do agronegócio sem controle ambiental: “Rondônia está se tornando um lugar onde o lucro se sobrepõe à vida. E isso é muito grave.” Separação entre fé e Estado O pastor encerrou a entrevista lembrando a trajetória de Jesus Cristo, que optou por estar com os excluídos: “Jesus não foi ao palácio, foi ao tanque de Betesda encontrar os mais lascados. A igreja precisa aprender isso.” Assista à entrevista completa: Fonte: Redação | Rondônia Dinâmica Leia Também Aluízio Vidal condena uso político da fé e prega tolerância em entrevista ao Resenha Política Irã aceita acordo nuclear com EUA se sanções forem suspensas Líder da extrema direita de Portugal passa mal mais uma vez durante comício Zelensky chega à Turquia para discutir paz com Rússia sem Putin presente INSS: 473,9 mil segurados já contestaram descontos indevidos Twitter Facebook instagram pinterest