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ENTREVISTA

Diretor da CAERD na gestão Marcos Rocha culpa Confúcio por perda de R$ 800 mi em investimentos e chama Hildon de arrogante

Publicada em 27/05/2025 às 10:37

Porto Velho, RO – O diretor técnico-operacional da Companhia de Águas e Esgotos do Estado de Rondônia (CAERD), Lauro Fernandes da Silva Júnior, apresentou um panorama detalhado da situação da empresa pública em entrevista ao podcast Resenha Política, conduzido pelo jornalista Robson Oliveira. Ao longo da conversa, Fernandes defendeu a viabilidade da estatal, vinculou a crise da companhia à falta de comprometimento em gestões passadas e ressaltou o papel do governo de Marcos Rocha (União Brasil) na tentativa de recuperação da entidade.

Segundo o diretor, a CAERD atua atualmente em 35 dos 52 municípios de Rondônia, tendo perdido concessões em cidades como Jaru e São Miguel do Guaporé após licitações que resultaram na entrada da iniciativa privada. Ele relatou que, no início da atual gestão, a companhia operava com uma arrecadação mensal de R$ 9 milhões, frente a custos de R$ 14 milhões. Após medidas como reforço na fiscalização, ajustes institucionais e renegociação de débitos, a arrecadação mensal teria alcançado R$ 18 milhões.

Fernandes destacou a perda de cerca de R$ 800 milhões em investimentos federais durante o governo Confúcio Moura, por não execução de projetos. Ele atribuiu a responsabilidade à antiga gestão da empresa, chefiada à época por Iacira Azamor. “Na época, foi um dos maiores repasses para empresas públicas de saneamento. Foram R$ 800 milhões devolvidos aos cofres da União”, afirmou.

Entre os projetos em andamento, citou uma obra de ampliação do sistema de abastecimento de água em Porto Velho orçada em R$ 240 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e contrapartida do governo estadual. A nova estação de tratamento, conforme relatado, já está em operação com capacidade de até 1.000 litros por segundo.

O diretor também abordou a dívida acumulada da empresa. Ele mencionou precatórios trabalhistas de cerca de R$ 150 milhões, com bloqueios judiciais mensais de aproximadamente R$ 1 milhão. A dívida com a Energisa, segundo ele, é alvo de divergência: enquanto a concessionária de energia aponta R$ 1,2 bilhão, a CAERD reconhece entre R$ 600 e R$ 700 milhões. Fernandes também citou uma negociação recente com o governo federal que reduziu uma dívida de R$ 1,6 bilhão para cerca de R$ 300 milhões. “Isso garantiu à CAERD certidão positiva para novos investimentos”, afirmou.

Durante a entrevista, Fernandes tratou ainda da polêmica sobre a regionalização do saneamento em Rondônia, estruturada pela Lei Complementar nº 1.200/2023. Segundo ele, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concluiu que o modelo mais adequado seria a concessão plena dos serviços. A CAERD, no entanto, busca alternativa que lhe permita permanecer como responsável pela captação e produção de água, deixando a distribuição para o setor privado. “A CAERD tem potencial para isso, como acontece com a Energisa”, argumentou.

A interlocução com os prefeitos sobre o tema, de acordo com o diretor, foi prejudicada pela ausência de muitos gestores nas reuniões preparatórias. “Muitos encaminharam assessores. Não sei até que ponto essas informações foram transmitidas com responsabilidade”, pontuou. Ele mencionou que alguns municípios já foram notificados a ressarcir a CAERD por investimentos não indenizados após o rompimento das concessões, citando Ariquemes (R$ 70 milhões), Jaru, São Miguel do Guaporé, Pimenta Bueno e Rolim de Moura.
 


 

Críticas a Hildon Chaves e processo judicial

Um dos momentos mais diretos da entrevista ocorreu quando Lauro Fernandes abordou a relação com a Prefeitura de Porto Velho durante a gestão do ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB). Ele chamou o ex-chefe do Executivo municipal de “arrogante” e revelou que a CAERD ingressou com ação judicial por danos morais após declarações públicas feitas por Hildon contra a empresa.

“Na época, o Hildon Chaves, com toda aquela arrogância dele, inclusive ele está até respondendo a ação por danos morais contra a CAERD”, afirmou o diretor. Segundo ele, a motivação foram falas do ex-prefeito classificando a empresa como “falida”. Lauro também relatou que a prefeitura teria deixado de repassar R$ 12,5 milhões à companhia. “Eu falei: prefeito, vamos fazer o seguinte: pague os 12 milhões e meio de reais que o município deve à CAERD, que a gente consegue reverter tudo isso em investimento pra Porto Velho. E ele tomou um susto”, disse.

De acordo com Fernandes, a responsabilidade pelas obras que resultaram em cortes no asfalto da capital não era da companhia, e sim da Secretaria de Obras do Estado. Ele alegou que a imagem da CAERD foi prejudicada indevidamente junto à opinião pública, especialmente após críticas impulsionadas nas redes sociais pelo ex-prefeito.

Perdas no sistema e ligações clandestinas

O diretor negou o índice de 70% de desperdício atribuído à empresa por críticos e explicou a diferença entre perdas técnicas e desperdício. Segundo ele, a ausência de hidrômetros e o alto número de ligações clandestinas comprometem a medição exata do consumo. “Em 2022 e 2023 tivemos mais de R$ 500 mil em prejuízos só com furto de hidrômetros na capital”, relatou. A companhia adquiriu mais de 100 mil micromedidores, que estão sendo instalados gradualmente.

Fernandes afirmou que muitas ligações clandestinas são encontradas em imóveis de alto padrão. “Outro dia, um dos diretores da Energisa me ligou dizendo que tinham achado um desvio. Quando fomos verificar, havia também furto de água na mesma residência”, afirmou.

Abastecimento e poços com água contaminada

Sobre a oferta de água em Porto Velho, Fernandes declarou que existem redes instaladas em vários bairros que ainda não estão em operação por falta de capacidade de produção. Segundo ele, as obras em andamento deverão permitir o abastecimento dessas regiões em até 90 dias. “Já tem toda a disponibilidade de rede, e com essa obra que o governador Marcos Rocha está implementando, vai chegar água nesses locais”, garantiu.

Ele também alertou para a contaminação do lençol freático na capital. De acordo com o diretor, muitos poços tubulares profundos perfurados por particulares captam água contaminada com coliformes fecais. “É um problema de saúde pública. A população ainda não se deu conta disso”, disse.

Ao final da entrevista, Lauro Fernandes reforçou que a CAERD é uma empresa viável. “Se trabalhar com responsabilidade, com dedicação, fazendo com que os investimentos cheguem à população, é possível sim”, concluiu.

Fonte: Rondoniadinamica

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