Marcos Rogério critica Alexandre de Moraes, mas defende o STF em entrevista à rádio de Ji-Paraná

Porto Velho, RO – O senador da República Marcos Rogério (União Brasil) afirmou nesta segunda-feira (28) que, apesar de críticas específicas ao ministro Alexandre de Moraes, mantém a defesa do Supremo Tribunal Federal (STF) como instituição essencial para a democracia. A declaração foi feita durante entrevista ao radialista Licomédio Pereira, no programa A Voz de Rondônia, transmitido pela Plan FM 101.7 em Ji-Paraná.

Marcos Rogério frisou: “O Supremo Tribunal Federal é uma instituição necessária, importante para a República. Agora, é preciso separar o que é a instituição e o que são comportamentos individuais”. Segundo ele, ações isoladas, como a intimação do ex-presidente Jair Bolsonaro dentro de uma unidade de terapia intensiva (UTI), não devem comprometer a credibilidade do órgão como um todo.

Sobre o episódio, o senador criticou de forma veemente a decisão de Alexandre de Moraes. “Aquela cena ganhou o mundo. Só o fato de você notificar alguém em um hospital já é algo desumano. Dentro de uma UTI, é de uma falta de consideração à vida que não tem parâmetro na história do Brasil”, disse. Ele também comentou que o argumento usado pelo ministro – o de que Bolsonaro havia feito uma live dias antes – não justificava a medida adotada: “Quem determina a necessidade de estar numa UTI é o médico, não o tribunal”.

Em relação ao ambiente político, Rogério afirmou que as ações de Moraes colocam o país em situação de instabilidade jurídica. “O Brasil hoje passa a impressão de que não é seguro para investidores. Isso afasta investimentos e prejudica o crescimento econômico”, pontuou. Ainda de acordo com o senador, o problema é agravado pela falta de reação dos demais ministros: “Os atos são validados pelos colegas de Corte, o que fragiliza ainda mais a percepção externa”.

No decorrer da entrevista, o senador também tratou de questões locais, como a crise no transporte escolar de Ji-Paraná. Reconhecendo a dificuldade enfrentada pela gestão municipal, ele lembrou que o problema não é exclusivo da cidade e afirmou que, em várias localidades, prefeituras não conseguem sequer encontrar empresas interessadas em participar de licitações. Para o parlamentar, a solução estrutural seria a aquisição de frota própria, embora tenha ponderado que isso demanda tempo e planejamento: “Nos primeiros cinco anos, ônibus novos funcionam bem; depois, o custo de manutenção se torna um desafio”.

A entrevista também abordou a infraestrutura urbana. Marcos Rogério mencionou que recursos federais foram enviados para a construção de um centro de convenções em Ji-Paraná, mas criticou a gestão anterior pela escolha inadequada do terreno, que inclui uma estação de tratamento de esgoto no mesmo espaço: “Você imagina um centro de eventos ao lado de um sistema de esgoto. Isso compromete totalmente o projeto”.

O tema da privatização também foi levantado durante o programa, embora sem aprofundamento no trecho disponibilizado. O senador indicou que voltaria a comentar sobre a necessidade de privatizações como forma de tornar serviços públicos mais eficientes.

Ao final da participação, Marcos Rogério comentou sobre a recuperação do ex-presidente Jair Bolsonaro, informando que ele havia apresentado sinais de melhora clínica. 

O bate-papo foi transmitido em todas as plataformas digitais da emissora.