Publicada em 30/12/2023 às 09h37
Porto Velho, RO – O ano de 2023 foi palco de uma intensa jornada em Rondônia, onde os acontecimentos moldaram a trajetória do estado de maneira singular. Em janeiro, a capital brasileira foi cenário de atentados contra a democracia, revelando insurgentes descontentes com os resultados das eleições presidenciais. O reflexo desse clima tenso foi sentido em Rondônia, com condenações notáveis.
A movimentação política foi incessante, com licenças, cassações e batalhas judiciais marcando o cenário estadual. Isaú Fonseca, em Ji-Paraná, travou uma longa batalha judicial para regressar às funções, enquanto Rafael "É o Fera" de Ariquemes foi cassado pela Câmara de Vereadores por quebra de decoro parlamentar em decorrência de ofensas e denúncias -- vazias, segundo seus ex-pares --, contra a prefeita Carla Redano (União Brasil). Cacoal, por sua vez, tornou-se palco de uma disputa persistente entre Magnison Mota e Valdomiro Corá, evidenciando as complexidades do xadrez político local. Em Candeias, caiu Valteir Queiroz após a Operação Articulata. Seu substituto, Toninho Cerejeiras, do PSB, também foi cassado. Aussemir Almeida é o atual mandatário do Executivo municipal.
O aumento do ICMS gerou debates acalorados, refletindo a tensão entre interesses econômicos e sociais. O mal súbito do governador Marcos Rocha em julho trouxe incertezas à estabilidade política, enquanto a crise no setor aéreo, com a retirada de voos das empresas Azul e Gol, expôs os desafios econômicos do estado.
A construção da rodoviária e o incidente do incêndio na Estátua da Havan em Porto Velho foram eventos que impactaram a infraestrutura e a segurança pública, respectivamente. Marcos Rocha, mesmo enfrentando processos eleitorais, foi absolvido em todos, destacando o contorno controverso de sua gestão.
A preparação para as eleições municipais de 2024 já está em curso, com as autoridades cientes dos desafios que o próximo ano reserva. Rondônia, mesmo diante de todas as adversidades, encerra 2023 com a inclusão da ponte binacional no pacote de obras do PAC, sinalizando esperança para o futuro.
No âmbito ambiental, a crise hídrica e climática levou o Governo do Estado a instituir o Comitê de Crise Hídrica, reconhecendo a seca extrema que se estende pela Amazônia. Fenômenos climáticos como o aquecimento anormal dos oceanos e o El Niño são apontados como responsáveis por essa situação, que se estima perdurar até o primeiro semestre de 2024.
O debate sobre a BR-319 avançou, mas as divergências persistem. O Ibama mantém sua posição contrária ao Projeto de Lei que busca afrouxar as regras de licenciamento ambiental. A proposta, aprovada recentemente, enfrenta resistência do órgão federal, que alega que as mudanças não oferecem soluções adequadas para a preservação ambiental, especialmente na Amazônia.
Enquanto as questões políticas e ambientais movimentavam o estado, a construção da nova rodoviária, iniciada em abril, representa uma transformação física significativa. Com quase um ano de obras, o projeto liderado pelo mandato de Hildon Chaves, prefeito da Capital atualmente sem partido, está prestes a ser concluído.
A crise no setor aéreo trouxe desafios inesperados, com a retirada de voos das empresas Azul e Gol. O motivo, segundo os empreendimentos, foi o excesso de processos judiciais no estado, gerando despesas excedentes. Até o momento, as soluções para esse impasse não foram encontradas, resultando em passagens com valores exorbitantes e uma demanda insatisfeita.
As absolvições de Marcos Rocha após enfrentar diversos processos eleitorais marcaram o ano. O governador do Estado foi reeleito, mas teve que enfrentar acusações relacionadas ao uso de telemarketing, programas sociais de impacto e possíveis abusos na edição de decretos.
O presidente Lula, mesmo sem visitar Rondônia, trouxe impactos positivos ao incluir a ponte binacional no pacote de obras do PAC. Essa decisão foi comemorada pela bancada rondoniense, representando uma oportunidade significativa para o desenvolvimento do estado.
A Estátua da Havan em Porto Velho foi alvo de um ato criminoso, sendo incendiada. Luciano Hang, empresário responsável pela construção, ofereceu uma recompensa de R$ 100 mil por informações que levem aos autores. No entanto, até o momento, não houve prisões relacionadas ao incidente.
À medida que o ano de 2023 chega ao fim, é inegável que Rondônia experimentou uma série de desafios e transformações. As autoridades se preparam para os pleitos municipais de 2024, cientes da importância de decisões ponderadas e estratégicas para o futuro do estado.
Que o ano de 2024 seja marcado por escolhas sábias, desenvolvimento sustentável e prosperidade para todos os rondonienses.
Feliz Ano-Novo aos (às) leitores (as) do Rondônia Dinâmica!