Universalização do saneamento elevaria em 13,2% valores de imóveis em Rondônia

 O Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) estabelece que o saneamento deve estar universalizado em todo o país até 2033. A promessa do governo federal, segundo o Ministério das Cidades, é de que até lá 93% das áreas urbanas do país tenham esgotamento sanitário, coleta e tratamento. O abastecimento de água, por sua vez, deve estar universalizado nas áreas urbanas até 2023.

Presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, no entanto, diz que se mantiver o mesmo ritmo de crescimento e de investimentos na área, que o país só universaliza o saneamento quase vinte anos mais tarde, em 2050.


Em valores de 2013, de acordo com o estudo do Trata Brasil, em parceria com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, seriam necessários R$ 313,2 bilhões para que o saneamento fosse universalizado.

O estudo, no entanto, aponta ainda o impacto que a universalização pode trazer em várias áreas. Os imóveis, por exemplo, em áreas com e sem saneamento têm diferença de 13,6% no valor. Se o país não tivesse qualquer deficit de saneamento, em estados onde hoje a carência é maior, o efeito da valorização poderia chegar a mais de 13,2%, caso de Rondônia. Por lá, em termos absolutos, o valor médio de uma moradia teria valorização de mais de R$ 10 mil. Na média nacional, foi estimada em R$ 2,8 mil em 2012.


Segundo o Ministério das Cidades, para universalizar o saneamento, serão investidos R$ 300 bilhões por agentes federais, até 2033. O Plansab prevê ainda investimentos de outros agentes, com valores da ordem de R$ 208,5 bilhões
— Mesmo com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o país não teve o avanço esperado. No PAC 1, por exemplo, muitas prefeituras tiveram que refazer seus projetos, muitas obras atrasaram.

O governo, por sua vez, tem investido em média, por ano, entre R$ 8 e R$ 9 bilhões. Se fôssemos mesmo universalizar em 2030, esse valor tinha que ser duplicado. No ritmo que vamos, vão ser precisos mais 20 anos — explica Édison, dizendo ser necessário fazer uma ressalva em relação à Região Norte: — A situação por lá é tão ruim que não arriscamos fazer uma projeção de quando o saneamento seria universalizado. Chega a beirar o absurdo.


No Nordeste, o Maranhão apresenta índices de Região Norte. O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, em 2011, informa que o estado tinha mais de 1.177 milhão de moradias sem acesso à água tratada, o mais número do país. Sem esgoto, eram mais de 1.731 milhões.


Informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada em outubro de 2013, apontavam que o estado tinha cobertura de esgotamento sanitário em apenas 7,6% — ou 125.400 casas — dos seus mais de 1,65 milhão de domicílios. Segundo a PNAD, o Maranhão só estava em situação melhor que o Piauí.


Moradores de Areinha, em São Luís, os vizinhos Adriano Rocha Alves, de 47 anos, e Aguinaldo Avelar, de 65, lembram quando a vala que corta o bairro, levando mau cheiro e carregando todo tipo de lixo, foi construída pelo governo do estado.
— A vala existe há mais de três décadas e não resolveu nosso problema — diz Alves.


— Muitos governantes prometeram cobrir a vala, mas a gente teve mesmo que se acostumar a conviver com moscas, mosquitos, ratos e até cobras — conta Avelar: — Minha mulher já teve dengue, diarreia e micoses e até disenteria.

Autor / Fonte: rondoniadinamica/com informa��es

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