Servidores temporários alegam atraso de 3 meses no salário; Sesau informa já ter pago



Porto Velho, RO –
O servidores temporários J. B. e B. S. S., respectivamente técnicos em laboratório e enfermagem, que prestam serviços ao Hospital João Paulo II em Porto Velho, estiveram na redação do jornal eletrônico Rondônia Dinâmica alegando que, tanto eles quanto outros profissionais na mesma condição – abrangidos por contrato emergencial – estariam sem receber há três meses. Ambos revelaram não ter percebido os vencimentos do meses de setembro, outubro e novembro. Eles não quiseram se identificar com receio de sofrer represálias.

De acordo com o técnico em laboratório, a situação não estaria relacionada apenas ao pronto-socorro.

“Outras pessoas nas mesmas condições e em outras unidades de saúde passam pelo mesmo que nós. Algumas delas receberam apenas um mês. Ficamos consternados porque não prestamos um serviço pela metade e lidamos com vidas, portanto nada mais justo que receber integralmente”, relatou.

Ainda segundo J. B., o Governo do Estado firmou contrato emergencial em 2013 para que esses serviços fossem prestados na área da saúde. O contrato teria findado no meio deste ano, mas fora renovado em agosto.


 Com receio de se identificar, J. B. relatou a angústia com o atraso salarial de três meses / Foto: Rondoniadinamica

“Fomos ao RH [setor de Recursos Humanos] do João Paulo II para saber a respeito da situação. Ficaram de resolver até o final do dia de ontem. Um fala uma coisa, outro fala outra, mas, no fim, nada foi resolvido. Por isso nos propusemos a denunciar em nome, inclusive, de muitas outras pessoas, pois caso não se manifestem atendendo as reivindicações paralisaremos os serviços. Os trabalhadores estão em estado de choque, desesperados, passando necessidade. Alguns tem de fazer bicos, fazer faxina na casa dos outros, limpar quintais. É praticamente impossível sobreviver a essa crise sem receber salário”, asseverou o técnico.

Indignados, informaram também ter buscado auxílio na entidade sindical que representa a categoria, o Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde no Estado de Rondônia), sem êxito.

“[O sindicato] Está inerte, não faz absolutamente nada. Tivemos apoio apenas de uma chapa adversária à situação que está concorrendo para assumir a presidência, mas que, até por não tem nada a ver com o sindicato por enquanto, não pode fazer nada. Nessas horas de eleições a política fala mais alto”, disse a servidora.

Por fim, ressaltaram as condições do ambiente de trabalham e questionaram a falta do adicional de insalubridade em seus vencimentos:

“Trabalhamos em um ambiente insalubre e ninguém recebe o devido adicional. E não são só os [servidores] emergenciais. Quando você ficar doente, só um profissional de Saúde pode te ajudar. Então cadê o reconhecimento?”, questionou B. S. S.

O outro lado

Procurada pela redação, a assessoria de imprensa Secretaria de Estado da Saúde (Sasau/RO) informou que, de acordo com o RH, houve reconhecimento em relação ao atraso nos pagamentos dos salários dos servidores temporários. Entretanto, destacou que os vencimentos foram devidamente pagos ontem (25) mesmo, com os devidos valores retroativos; os que não receberam, segundo a assessoria, se deve ao fato de faltar um ou mais documentos necessários.

“Caso algum servidor que esteja abrangido pelo contrato emergencial não tenha recebido deverá procurar a Secretaria de Estado da Saúde para regularizar sua situação documental”, alertou.

 

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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