Sempedec faz parcial avaliação da situação de alerta no município de Porto Velho

Numa visão parcial dos acontecimentos, a Secretaria Municipal de Programas Especiais e Defesa Civil (Sempedec) avalia que o comportamento do rio Madeira neste ano não apresentou transtorno muito acima do comum, em relação ao que ocorreu no município de Porto Velho em 2014.

Segundo o secretário da Sempedec, Vicente Bessa, neste ano as coisas estão mais tranquilas, não apenas porque o rio não subiu muito, mas também porque os trabalhos de prevenção se iniciaram com grande antecipação. “Não fomos pegos de surpresa. Retiramos antecipadamente as pessoas que estavam em áreas consideradas de risco, como Beco do Birro, Beco Gravatal e outras. Isso fez uma enorme diferença. Também agimos com eficiência no controle à situação dos distritos e comunidades ribeirinhas”, explicou.

As famílias retiradas das áreas de risco na zona urbana aguardam pela entrega das unidades habitacionais prometidas aos atingidos pelas enchentes. Os cadastros estão sendo encaminhados por uma equipe de técnicos da Prefeitura ao Ministério da Integração. “Eles estão se deslocando hoje para realizar essa entrega em Brasília. Depois de analisados pelos técnicos do Ministério, os cadastros serão encaminhados à Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, para que comecem a liberação das unidades habitacionais aos contemplados. Ainda não há uma data prevista, mas vemos como possível que até o final de maio já aconteçam as primeiras entregas. Nossa expectativa é a de entregar pelo menos quinhentos apartamentos logo. Ao longo deste ano, todas as mil e oitocentos famílias atingidas por enchente deverão receber unidades habitacionais. Esperamos que mil sejam entregues ainda no primeiro semestre”, disse Bessa.

Após a entrega dos apartamentos, as antigas casas em área de risco serão demolidas. Segundo o secretário, estão praticamente prontos 3.000 apartamentos, há cerca de mil cadastros já efetuados e os cadastramentos continuam sendo realizados. Quanto à situação geral em relação ao volume do rio, o secretário disse que apesar de ainda vigorar a situação de alerta, pelo fato do rio ainda estar acima da cota 14, verifica-se já uma acentuada baixa diária das águas. “O rio está em torno de 15,60, mas a previsão é de que até ao final deste mês esteja abaixo da cota de alerta. Até lá, estamos continuando com todo o monitoramento das áreas de risco. O rio está abaixando de 05 a 10 cm por dia. Temos ainda muito desalojados, morando em barracas no médio e no baixo Madeira, mas algumas barracas já estão até sendo recolhidas, pois há famílias retornando às residências. Ao todo, atendemos ainda a 2.140 famílias, entre as atingidas neste ano e no ano passado. Essas famílias continuarão recebendo os mesmos cuidados enquanto perdurar a cota de alerta e não recomendemos o retorno às antigas casas, pois em locais mais baixos podem ocorrer repiquetes”, afirmou.

A avaliação parcial de Vicente Bessa é a de que o inverno deste ano não acarretou muitos estragos, não foram atingidos prédios públicos, as encostas não foram muito danificadas e as medidas preventivas evitaram muitos acidentes. O barranco próximo ao Galpão 02 da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré recebeu uma proteção, o que pôde evitar problemas a esse patrimônio. “O que aconteceu ainda foi um desbarrancamento em Calama, que prejudicou o abastecimento de água, mas isso foi rapidamente consertado, ainda em dezembro de 2014”, informou e esclareceu ainda que a Sempedec está realizando um grande levantamento de todas as áreas para verificar as condições de cada local.

Na segunda-feira (06) uma equipe esteve efetuando levantamentos sobre a situação de Jaci Paraná e retornou sem grandes novidades. Uma localidade que ainda inspira cuidados é Fortaleza do Abunã, que pode ser atingida pelo rio Abunã, cujas cabeceiras se encontram na Bolívia. Em dezembro do ano passado a comunidade ficou isolada, por causa de um rápido aumento das águas daquele rio, mas a questão foi satisfatoriamente resolvida numa parceria entre o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Semagric). A estrada para o Acre não sofreu interrupção neste ano, devido ao controle de vazão das comportas das usinas. “Inclusive, elas voltaram a trabalhar com suas cotas normais há quinze dias. Quando Jirau abaixou sua cota, para que a estrada para o Acre não fosse invadida, a vazão aumentou o volume de água na área urbana, mas agora isso já se normalizou. Mas mesmo essa vazão das usinas também não chegou a acarretar grandes problemas para o município”, finalizou o secretário.

Autor / Fonte: Assessoria

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