Semed amplia o Sistema de Educação Integral em Porto Velho

  O município de Porto Velho passa a contar neste ano com mais cinco escolas que funcionarão com turmas em regime integral. No transcorrer do ano passado, ao implantar como projeto-piloto o sistema na Escola Municipal José Augusto, do distrito de Extrema, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) comemorou a elevação vertiginosa da nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dessa escola. Para este ano, a Semed espera que as seis escolas que funcionarão com o sistema integral possam ajudar na melhoria do Ideb geral da capital rondoniense.


 
    As escolas que funcionarão com regime integral são: Estela de Araújo Compasso, no Bairro Marcos Freire, com uma turma de 75 alunos; Francisco Chiquilito Erse, Bairro Cuniã, turma de 75 alunos; Padre Chiquinho, Bairro Areal, turma de 75 alunos; José Augusto, Extrema, com 150 alunos; Nossa Senhora de Nazaré, Nova Mutum, turma de 75 alunos e Santo Antônio I, na Estrada Santo Antônio, com 75 alunos. Ao todo, são 525 alunos de escolas municipais que passarão a receber ensino em tempo integral.


 
    A Educação Integral deve funcionar com o mínimo de sete horas de atividades diárias, mas as escolas municipais de Porto Velho vão oferecer dez horas de programação. No turno matutino os alunos participarão das atividades da Base Nacional Comum da Educação (BNCE), que compreende os ensinos das disciplinas tradicionais, comum a todos os alunos da Rede Municipal de Ensino. Depois haverá intervalo para almoço e descanso. As tardes serão preenchidas com atividades complementares, que cada escola pode escolher entre as opções de esporte e lazer, e as atividades relativas aos dois eixos obrigatórios, que são Educação Ambiental e Acompanhamento Pedagógico. “Para as atividades complementares a Semed está oferecendo dança, teatro, xadrez, natação, futebol, judô e outras mais. Professores especializados já estão sendo lotados nas escolas, em conformidade às opções apontadas pelos diretores. Também para as atividades obrigatórias de Educação Ambiental e Acompanhamento Pedagógico a Semed está provendo as escolas com profissionais preparados para realizar os trabalhos de acordo com as exigências do Ministério da Educação”, explicou Josineide Macena, diretora do Departamento de Educação.


 
    De acordo com Jandernoura Rodrigues, assessora da secretária da Semed, é importante diferenciar o Programa Mais Educação do Sistema de Educação Integral. Na Educação Integral os professores devem ser todos profissionais efetivos dos quadros da Semed, enquanto que no Mais Educação as atividades de contraturno são realizadas por meio de monitores. “A Educação Integral se trata de uma matrícula única, pela qual a criança deve ficar pelo menos sete horas na escola. No nosso caso, a oferta será de dez horas. O aluno não vai para a casa e retorna, mas todas as atividades, incluindo almoço, merenda, banho, descanso e ensino, são realizadas dentro do espaço da escola. No Mais Educação os alunos são matriculados em um turno e apenas os que demonstram dificuldades de aprendizagem são inseridos no programa, que é desenvolvido por meio de atividades de reforço escolar e outras atividades realizadas no contraturno”, informou a diretora.


 
    As escolas acima apontadas foram escolhidas após reuniões com os diretores, que viram condições de abraçarem o projeto. Elas possuem estrutura adaptável, sem a necessidade de grandes reformas. “É necessário que as escolas possuam espaço suficiente para adaptação. Na Escola Santo Antônio I, por exemplo, serão três salas reservadas para os alunos pertencentes ao sistema. As escolas receberão recursos próprios para as adaptações, que é de quinhentos reais por aluno que ingressa no sistema. Esses valores devem ser gastos pelas escolas para adaptarem a estrutura das salas, banheiros e outros cômodos e para a compra de materiais necessários.

 

As escolas já foram visitadas e os espaços que deverão sofrer modificações já foram devidamente mapeados”, esclareceu a secretária da Semed, Francisca das Chagas (Chaguinha), explicando ainda que os recursos a serem enviados pelo MEC só chegarão ao município no próximo ano. “No Plano Plurianual (PPA) deste ano a Semed já havia incluído os gastos necessários para as adaptações dessas escolas, visto que apenas a escola de Extrema tem neste ano o direito a receber os recursos do Programa de Apoio Financeiro às Escolas Municipais, referentes à implantação da Educação Integral. O recebimento dos recursos para as outras escolas acontecerá no próximo senso escolar. Ele não ocorre no mesmo ano em que o sistema é implantado. Assim, a Semed precisou cortar custos para poder implantar o sistema nas cinco escolas”, afirmou a secretária.


 
    Nem todos os alunos farão parte da Educação Integral, mas apenas as turmas que iniciarão os estudos no Ensino Básico neste ano nas escolas que farão parte do sistema integral. Após iniciarem assim seus estudos, essas turmas seguirão no sistema no transcorrer dos anos. O sistema é exclusivo do Ensino Fundamental e não abrange as creches.


 
    A qualidade do aprendizado deve ser elevada em pelo menos 80%, segundo demonstram algumas pesquisas. Na escola de Extrema, informou a secretária, com apenas três meses de aula os alunos já estavam lendo e escrevendo. A melhora do aprendizado dos alunos eleva o Ideb das escolas e mais captações de recursos são facilitadas para a educação municipal. O aluno cadastrado no Senso da Educação Integral também garante recursos às escolas que aderem ao sistema, portanto, alunos, escola e Rede Municipal de Educação são todos beneficiados. “O prefeito nos pediu ainda em 2013 o planejamento para a implantação das escolas de tempo integral. Em 2014 começamos em Extrema e a avaliação demonstrou a elevação do Ideb. Agora estamos implantação em mais cinco escolas. Esperamos para 2016 um passo bem mais largo, mas ainda no segundo semestre deste ano poderemos incluir outras escolas no sistema”, finalizou a secretária.

Autor / Fonte: Por Renato Menghi

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