Rondônia- A Força do Agronegócio- por: Wanderley Biserra

 A soja chegou e veio com tudo. Se alastrando com uma força descomunal nas terras planas e férteis de nosso estado. É assim nos campos cerrados de Vilhena e municípios adjacentes de – Corumbiara, Chupinguaia, Cerejeiras e Pimenteiras, entre tantos.

 

Segundo dados oficiais e de sindicatos de produtores dessa oleaginosa, a situação já foi capaz de alterar o modelo tradicional de arrecadação de impostos na composição da receita desses municípios de forma bastante positiva. Além dos chamados proprietários de terras destinadas a essa nova atividade, tem surgido a procura por arrendamento de terras outrora destinada a pastagens e/ou outras culturas agrícolas tradicionais.

 

É impressionante como muda com rapidez o perfil sócio-econômico de uma região. Embalada como uma das commodities agrícolas com boa aceitação e bons preços no mercado internacional, denominada pelos os americanos “SOYBEAN”, é com certeza a coqueluche do momento em Rondônia. Entrou pelo Cone Sul, mas já adentra o vale do Guaporé, Zona da Mata, Região Central e outras paragens de nosso estado. Irreversível é a sua propagação, queiramos ou não! E por ser uma lavoura bastante tecnificada, exige maior volume de  investimentos em maquinários e insumos, e pouca mão de obra.


Aliado a essa nova força, desponta de forma soberana a nossa pujante pecuária, que com mais de doze milhões de cabeças já ultrapassou em importância econômica o setor madeireiro. Possuidora de um “Status Sanitário” de “Área Livre de Febre Aftosa com Vacinação”, tem permitido a exportação de nossa carne para vários continentes, através de uma moderna cadeia de dezenas de Frigoríficos e Laticínios, nossa pecuária vive “o bom momento”  do nosso agronegócio.


Com um modelo de colonização onde a estratificação fundiária predominante, são propriedades com módulos rurais iguais ou inferiores a 100 há, tem permitido a existência saudável de nossa agricultura familiar, tão importante para fixação do homem no campo, e a diversidade da produção evitando a monocultura, modelo de exploração sujeito as oscilações de mercados, podendo em casos extremos, levar ao colapso financeiro de um município ou uma região. Nesse caso não corremos esse risco.


Desfrutando de uma privilegiada localização geográfica, encravada entre a Amazônia Ocidental, Centro Oeste e a República da Bolívia têm permitido através dos modais de transporte rodoviário e hidroviário, o alcance dos oceanos Atlântico e Pacífico facilitando a exportação de nossos produtos a diversos países. Tem servido também de entreposto e rota de exportação, para outros estados alcançarem mercados internacionais.


Assim é Rondônia, uma nova e sempre promissora fronteira agrícola do século que se inicia.


Wanderley Biserra de Lima é Técnico em Agropecuária, graduado em Administração de Empresas e pós-graduado em Gestão Estratégica de Negócios. Servidor público residente em Alto Alegre dos Parecis

Autor / Fonte: Wanderley Biserra de Lima

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