Reconstrução em Rondônia no pós-enchente pode custar R$ 5 bi

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Os governos dos Estados de Rondônia e Acre concordaram em reunião nesta segunda-feira, 14, que precisarão se unir para obter recursos para a fase de reconstrução no período de pós-enchente do rio Madeira. A conclusão foi revelada durante reunião com representantes de órgãos envolvidos no enfrentamento da maior cheia da bacia do Madeira, que desabrigou 7.754 famílias, sendo 5.584 só em Rondônia. Durante o encontro, a coordenadora de Operações do Sistema de Prevenção da Amazônia, Ana Cristina Strava disse que, estatisticamente, as possibilidades de ocorrer outro desastre semelhante na região só em 220 anos. O volume de recursos para a reconstrução em Rondônia foi estimado em R$ 5 bilhões.

 

A reunião que, discutiu a criação de um sistema de monitoramento dos rios afluentes do Rio Madeira para a prevenção de impactos através de cooperação técnica e ação conjunta dos dois países, foi proposta pelo governador Maurício Paz Barbery, do Departamento do Beni, da Bolívia. Ele, entretanto, não pode vir a Rondônia nem mandou representante.

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O encontro aconteceu na sede a superintendência do Sipam, com a presença do vice-governador Airton Gurgacz, representando o governador Confúcio Moura, e o vice-governador Carlos Cesar Correia representou o governador acreano Tião Viana.

220 anos

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A coordenadora de Operações do Sipam, Ana Cristina Strava, fez uma explanação sobre o monitoramento de dados que municia a Defesa Civil Estadual, mostrando as características dos rios Beni e Madre de Diós, ambos na Bolívia, que desaguam no rio Madeira. Ela apresentou gráficos para mostrar que as chuvas que caíram na região dos rios bolivianos foram o que mais contribuiu para a inundação e que os dados descartam a tese do degelo épico nos Andes. “O épico foram as chuvas que caíram”, complementou.

 

Depois de revelar que, conforme as estatísticas, a possibilidade de ocorrer outra enchente com essas dimensões serão necessários 220 anos, Ana Strava sugeriu que sejam feitas ações conjuntas com a Bolívia para aperfeiçoar a prevenção de desastres.

 

O subcomandante do Corpo de Bombeiros de Rondônia, coronel Silvio Luiz Rodrigues apresentou um panorama das ações da Defesa Civil Estadual, apontando os danos causados pela inundação nos distritos localizados na região do Baixo Madeira e ao longo da BR 364, evidenciando que não havia informações suficientes para indicar a extensão dos problemas. A mobilização dos órgãos parceiros, segundo ele, foi decisiva para atenuar o impacto do desastre a ponto de evitar a ocorrência de mortes diretamente relacionadas ao evento.

 

Luiz Rodrigues destacou o trabalho para manter o tráfego na BR 364, ainda que restrito, mas advertiu que na fase de reconstrução a rodovia precisará ser interditada parcialmente.

 

Barrancos

O coordenador da Defesa Civil do município, coronel José Pimentel, mostrou os números de famílias desabrigadas e do socorro prestado, além de defender com vigor a construção de contenção de barrancos para conter a destruição em distritos localizados nas margens do rio Madeira.

 

O coordenador da Defesa Civil do Estado do Acre, coronel Antônio Carlos Marques, afirmou que 1.160 famílias ficaram desabrigadas com a enchente, mas que o maior prejuízo é o isolamento por via terrestre, com as dificuldades impostas ao tráfego de caminhões com suprimentos através da BR 364. Citou que o trabalho de resposta ao desastre realizado pelos acreanos em Rondônia teve a concordância do governo de Rondônia. Ao final da explanação ele repetiu a frase que resume, em sua equipe, a determinação para manter o abastecimento do estado através da BR 364: “Nem que morra!”

 

O prefeito Mauro Nazif fez um breve pronunciamento em que defendeu a construção de um muro de contenção para evitar o desbarracamento nas margens do rio Madeira.

 

Também foi breve a manifestação do vice-governador do Acre, Carlos Cesar Correia. Ele fez agradecimentos aos órgãos empenhados no enfrentamento dos problemas decorrentes da enchente, além de reforçar que as ações futuras, incluindo a reconstrução, terão maior sucesso ser forem feitas em parceria entre os estados.

 

O vice-governador Airton Gugacz fechou a reunião lembrando que a iniciativa foi do governador do Departamento de Beni, Maurício Paz Barbery que, entretanto, não conseguiu liberação para viajar. Gurgacz afirmou que foi conhecer as regiões afetadas e estimou em  R$ 5 bilhões o volume de recursos necessários para a reconstrução no período pós-enchente e pediu a união de esforços entre os estados de Rondônia e Acre para esta empreitada.

 

Autor / Fonte: Nonato Cruz/DECOM

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