Prefeitura boicota audiência pública da mobilidade urbana da Câmara Municipal

 

Porto Velho - Nenhum representante da Prefeitura de Porto Velho ou da Secretaria Municipal de Trânsito compareceu à audiência pública da Câmara Municipal que discutiria o Projeto de Mobilidade Urbana da capital. A ausência da Prefeitura mais uma vez foi criticada por vereadores, uma vez que trata-se de tema da mais alta relevância e importância, já que envolve a melhoria de um dos setores que mais mata no País: o trânsito.
 
 
A crítica foi endereçada principalmente ao secretário Carlos Guttemberg, secretário de trânsito, que enviou ofício à Presidência, alegando que a Prefeitura já cumpriu a exigência da Justiça no que diz respeito às cinco audiências impostas pela Justiça estadual no processo que determinou a paralisação do projeto de mobilidade urbana. O processo foi movido pelo MP depois que a Prefeitura inventou a ideia de inversão da 7 de Setembro.
 
 
O vereador Eduardo Rodrigues (PV), um dos propositores da audiência, disse que estranhou, inclusive a não participação do Ministério Público na sessão de hoje, já que na segunda-feira 31.08 havia confirmado presença e que traria dois técnicos para discutir a questão e pedido um tempo de minutos para fazer seus encaminhamentos. “Vamos até o MP na quarta-feira saber se partiu do Município a ideia de esvaziar a audiência. Algo muito estranho está acontecendo”, avaliou.
 
 
Para o vereador, se for algo pessoal contra sua pessoa ou contra a Câmara Municipal, o secretário Guttemberg está cometendo um erro. “É dessa forma desidiosa que ele está tratando o transporte público atualmente”. Na ocasião, ele pediu para que o presidente Jurandir Bengala ligasse para o prefeito, mas o celular de Mauro Nazif estava desligado. “O telefone do prefeito está fora de área e não adianta ligar para o Guttemberg que ele não vai resolver”, disse o presidente.
 
 
O vereador Everaldo Fogaça (PTB), outro propositor da audiência, lamentou a atitude do Município e teceu críticas principalmente ao vereador Jair Montes (PTC), líder do prefeito na Câmara. “Um líder que não tem coragem para aparecer para discutir propostas”, disse Fogaça. Para o vereador, a Prefeitura já manifestava seu desrespeito à Câmara quando enviou dois técnicos para falar de mobilidade urbana na semana passada e que acabaram fazendo chacota do público.
 
 
“Essa é a administração que lutou 30 anos para acontecer, uma administração que hoje pisa no povo de Porto Velho. Essa Casa fez de tudo para que o prefeito fizesse uma boa administração, inclusive aprovando remanejamentos orçamentários em 2013 e 2014. Esse ano já antecipo meu voto e vou dar apenas 0,1% de remanejamento. As eleições logo vão chegar e há vereadores que apoiam esse prefeito e suas ideias “mirabolantes” que poderão obter resultados desastrosos nas urnas”, comentou.
 
 
O último vereador a falar foi o ex-líder do prefeito Márcio Pacele (PSB) que falou sobre a péssima gestão da Semtran e do Plano de Mobilidade Urbana e seus equívocos. “São quase 3 anos à frente da Semtran e esse secretário não conseguiu fazer nada para mudar o trânsito da capital”, disse. Segundo Márcio Pacele a verba de R$ 90 milhões para a execução do Plano de Mobilidade seria emprestado e não dado pelo Governo Federal como a Prefeitura chegou a afirmar.
 
 
“Ele não foi pago porque a Prefeitura estava com o nome sujo por conta da falta de pagamento de um barco comprado e não pago por outras administrações. De qualquer forma esse Plano de Mobilidade do Município precisa ser revisto porque está equivocado e não vai resolver o problema do trânsito da capital. A Semtran precisa ouvir os empresários e saber quais ruas “mortas” da cidade precisam ser incluídas no Plano para que o trânsito flua do jeito que deve ser”, declarou.
 
 
Um dos convidados da audiência, o empresário Eduardo Damião, representando os lojistas fez uma longa explanação sobre os principais encaminhamentos das audiências realizadas e fez críticas ao Plano de Mobilidade do Município, apresentando questionamento e apresentando soluções ao Projeto. Em sua opinião, a Prefeitura está preocupada apenas em “cumprir tabela”, ou seja, em realizar as cinco audiências impostas pela Justiça e não discutir com seriedade o problema.
 
 
Segundo ele, o Projeto da Mobilidade Urbana de Porto Velho é cheio de equívocos e, do jeito que está, iria piorar o trânsito, através de congestionamentos, causaria mais acidentes, prejuízo ao Comércio, dentre outras coisas. Segundo ele, em uma das audiências de que participou, ouviu um representante do alto escalão da Caixa Econômica dizer publicamente que o dinheiro do projeto voltaria dia 31 de setembro de 2014 para os cofres da União por falta de Projeto.

Autor / Fonte: ASCOM

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