Pastos consomem maior parte da área desmatada dos nove estados da Amazônia, diz estudo

Imagem aérea de junho de 2013 mostra região da Floresta Amazônica transformada em pasto, perto da cidade de Alta Floresta, no Pará - Nacho Doce / Agência O Globo

 

Um estudo envolvendo três ministérios sobre o que está acontecendo com a floresta amazônica revelou que até 2012, 60% da área desmatada na região foi convertida em pasto, um total de 450,8 mil quilômetros quadrados. Outros 23% vêm sendo regenerados, ou seja: terras desmatadas em processo de reconversão em floresta. E 5,6% dos desmatamentos viraram culturas agrícolas, principalmente soja. Ao todo, 18,5% da Amazônia já foram desmatados, uma área de 751.340 quilômetros quadrados.

 

De 2008 a 2012 o total de áreas desmatadas em processo de regeneração superou em duas vezes e meia o totaldesmatado no período, 113 mil km2 contra 44 mil km2. Os resultados foram obtidos pelo levantamento Terra Class, que mapeia com imagens de satélites todos os nove estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão).

 

“Tem três grandes resultados: uma redução da pressão da agricultura sobre a floresta nativa. Fica claro que das áreas desmatadas, a pastagem está transferindo área para a agricultura. Segunda mensagem preciosa é que 23% da área desmatada da Amazônia está em regeneração. A floresta está crescendo. E finalmente o fato de a área em regeneração ser 2,5 vezes maior do que a área desmatada nesse período”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

 

“Estou muito satisfeito com os resultados apresentados aqui”, emendou o ministro da Ciência e Tecnologia, Clélio Campolina.

O estudo mostra que 78,6% da Amazônia continuam preservados, cerca de 4 milhões de Km2. No levantamento, foram identificadas 12 categorias de paisagens transformadas com o desflorestamento na região.

 

A maior parte do territóriodesmatado, 46%, virou campo limpo, ou seja: pastagens em atividade. Por conta da presença de nuvens, 9% do território analisado não pode ser observado.

 

De 2008 a 2012 as paisagens qua mais aumentaram foram a mineração, 7,5%, e a área urbana, 6,9%. O levantamento é feito em parceria entre Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o Ministério da Agricultura. O estudo descarta as áreas de cerrado dentro do território da Amazônia Legal.

 

Ainda hoje também serão divulgados os dados do desmatamento deste ano, monitorado pelo sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No ano passado, o desmatamento aumentou 29% em relação ao ano anterior.

Autor / Fonte: Catarina Alencastro / O Globo

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