Novos protestos contra a publicação de uma caricatura do profeta Maomé pelo jornal francês Charlie Hebdo foram registrados neste sábado (24), nos territórios palestinos e na Turquia. Não foram registrados incidentes de violência.

© Fournis par RFI

Milhares de palestinos foram às ruas em Ramallah e Hebron, na Cisjordânia ocupada, atendendo a uma convocação do movimento islamista Partido da Liberação. Alguns manifestantes traziam bandeiras pretas semelhantes às usadas pelo grupo radical Estado Islâmico, e pediam a instalação de um califado no Oriente Médio.

No centro das duas grandes cidades palestinas, os participantes da marcha gritaram frases contra a França, como “a França é a mãe do terrorismo”. A mais recente caricatura do profeta foi publicada na edição seguinte ao ataque à redação do jornal satírico, que deixou 11 jornalistas e colaboradores mortos, além de um policial, no dia 7 de janeiro. A edição continua à venda nas bancas francesas.

A capa provocou revoltas em vários países de maioria muçulmana, já que a religião proíbe a representação de Maomé. Nos territórios palestinos, as manifestações são quase diárias. As autoridades religiosas e políticas palestinas condenaram o desenho, assim como o atentado contra o Charlie Hebdo.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, foi a Paris para participar da marcha contra o terrorismo e em homenagem às vítimas dos atentados, ao lado de dezenas de outros chefes de Estado e de Governo, como o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu.

 

Curdos turcos

Na Turquia, cerca de 70 mil curdos se manifestaram em Diyarbakir, uma cidade de maioria curda do sudeste do país. Os participantes diziam “Demônios de Charlie não insultem o nosso profeta” e “maldito seja aquele que diz ‘je suis Charlie’”.

O protesto foi organizado pela “Plataformados fiéis ao profeta”, que integra membros de uma associação ligada ao Hezbollah turco.