Opinião - Patrões são os favorecidos com a paralisação dos caminhoneiros

Opinião - Patrões são os favorecidos com a paralisação dos caminhoneiros

 A estagnação de um país com mais de 200 milhões de pessoas como está ocorrendo com o protesto dos caminhoneiros iniciado na última segunda-feira com o bloqueio parcial de rodovias demonstra o quanto é frágil o processo político brasileiro. E também espelhou de vez que um país continental não pode depender da estabilidade econômica, social e social do transporte rodoviário.

A subserviência quase que total aos caminhoneiros compromete a estabilidade da soberania nacional. E o mais grave é saber que não é o caminhoneiro que está procurando mais espaço econômico e social, mas o patronato, que manipula hoje e o que deverá vir à tona, após o fim do movimento paredista.

Um dos jornalistas mais lidos, respeitado e coerente do Brasil, Josias de Souza (Folha de S. Paulo e site Uol) escreveu artigo na sexta-feira (25) que espelha com fidelidade o movimento paredista dos caminhoneiros, que ocorre desde o início da semana no Brasil.

“Numa evidência de que o patronato utilizou os caminhoneiros como bonecos de ventríloquo, incluiu-se no acordo o compromisso do governo de não permitir que o Congresso reonere a folha salarial do setor. De novo: a folha das empresas transportadoras continuará isenta do pagamento de imposto. Tudo isso mais a redução de taxas e tributos que incidem sobre o diesel”, denunciou Josias.

Os patrões da maioria dos caminhoneiros coordenaram solertemente todo o processo de pressão, numa manifestação organizada, pacífica, simpática até certo momento, para os brasileiros. Com a falta de remédios essenciais, alimentos básicos, transporte público, privado e combustível para que o trabalhador possa ter garantido como determina a Constituição o direito de ir e vir a pressão aumentou.

O governo federal demorou a agir. O correto seria se antecipar e jamais deixar o país chegar a tamanho grau de instabilidade numa séria ameaça à soberania nacional. É um governo fraco que felizmente está terminando.

Se o governo anterior levou o país à bancarrota econômica, social e política o atual era parte dele e caso não tivesse competência, como demonstra, para assumir o ônus não deveria ter assumido, pois o país clamava por mudanças radicais e urgentes. Temer optou pela sua reeleição e o Brasil chegou a situação atual com conseqüências, ainda, inimagináveis.

Por que as providências necessárias não foram aplicadas com antecedência? Por que Temer e sua equipe não enfrentaram os patrões que são os maiores beneficiados e usaram os caminhoneiros como escudo e bala de canhão?

No “fritar dos ovos” como diz ditado popular, vamos checar do caminhoneiro, aquele que paga prestação, integra e move o Brasil em todos os sentidos o que receberá. Por enquanto os benefícios foram para as grandes transportadoras que monopolizam o transporte rodoviário e exploram os caminhoneiros.

Para concluir deixamos mais uma parte do texto de Josias de Souza no artigo que já citamos cobrando o governo federal: “era mesmo necessário passar a mão na cabeça do patronato que trafega no acostamento da legislação?”.

Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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