Opinião - Interdição da BR 364 estrangula o tráfego e poderá provocar desabastecimento

Opinião - Interdição da BR 364 estrangula o tráfego e poderá provocar desabastecimento

A interdição da BR 364, esta semana, no distrito de Riozinho, na ligação Cacoal a Pimenta Bueno preocupa não apenas o trânsito na rodovia. A economia do Estado e a segurança da população também ficam no prejuízo.

A ponte sobre o Riozinho, há tempo demonstrava não ter as mínimas condições de suportar um tráfego que, no período de safra de grãos (soja e milho) é superior a 2 mil carretas diárias. E a direção do Dnit sabia disso, pois o problema é antigo. Tanto é verdade que resolveu interditar a rodovia sem o mínimo de precauções e medidas preventivas de alerta à população usuária.

A 364 foi construída na década de 80. As jamantas da época, hoje carretas não transportavam mais que 20 t de carga. Hoje as carretas e bitrens transportam 50 t, por isso o asfalto do trecho Porto Velho a Vilhena, com cerca de 700 km desaparece na época das chuvas e o trânsito fica moroso e perigoso, porque a pista fica tomada pelos buracos.

A “indústria” do tapa-buracos é quem lucra com a irresponsabilidade do Ministério dos Transportes e do Dnit. Não é necessário ser um engenheiro ou especialista no assunto de pavimentação, para saber que a base da BR 364 não tem condições de suportar o tráfego atual. Por isso todos os anos, quando termina o inverno amazônico (chuvas) o trecho de Porto Velho, onde há o Porto Graneleiro, por onde é transportada toda a produção de grãos do sul do Mato Grosso e de Rondônia a Vilhena fica quase intransitável, perigoso. Qualquer leigo sabe disso.

Como o Brasil é o país da corrupção, onde a política pública é administrada (sic) para atender interesses de grupos (basta acompanhar a Operação Lava-Jato, que levou e continua levando políticos, empresários e assessores corruptos para a cadeia) e não da população, que banca todo o sistema público composto pelo Executivo, Legislativo e Judiciário, seja federal, estadual ou municipal e também seus penduricalhos.

Esta semana a Federação das Indústrias de Rondônia (Fiero) distribuiu matéria cobrando a restauração da BR 364 e não somente os trabalhos de maquiagem com os constantes –e inúteis– tapa-buracos que só favorecem empreiteiras e políticos que se locupletam do sistema público. A cobrança e alerta da Fiero deve ser reforçada por políticos e demais segmentos da sociedade organizada, sérios, para que a BR 364 seja totalmente restaurada, duplicada, sinalizada, fiscalizada e se necessário for, privatizada.

A 364 ajustada à realidade significa praticamente o fim da maioria das mortes constantes na BR que é chamada de “Rodovia da Morte”, devido ao elevado número de acidentes fatais.

Outro problema é o econômico. As duas opções que o usuário da BR 364 tem são por rodovias estaduais, que já estão em precárias condições e sem suporte técnico para atender de demanda de veículos. Além do risco maior de acidentes, ainda, há o prejuízo econômico, porque caso a recuperação ou a adequação da ponte no Riozinho não seja feita com rapidez, eficiência teremos problemas com o abastecimento de alimentos e combustíveis.

A iniciativa da Fiero deve ser incorporada, inclusive com a futura bancada federal e apoio do Acre, que também depende da BR, para que se consiga solução, para que a única ligação terrestre pavimentada de Rondônia e Acre com o centro-sul do país não continue matando a prejudicando o progresso e desenvolvimento dos Estados.

Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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