Opinião: ''Ainda não sei em quem vou votar. Nem para governador nem para presidente''

Opinião: ''Ainda não sei em quem vou votar. Nem para governador nem para presidente''

O ex-governador de Rondônia, Confúcio Moura (MDB) conseguiu dividir as atenções esta semana, do noticiário regional com a seleção brasileira de futebol, que disputa o Mundial na Rússia. Sua passagem pelo Cone Sul levando a tira-colo o ex-secretário de Estado das Finanças (Sefin) do seu governo, Wagner Garcia de Freitas foi manchete e assunto principal de sites, jornais, rádio e TV.

Nas suas andanças pelo interior Confúcio, que é pré-candidato a uma das duas vagas ao Senado esteve no Cone Sul, região polarizada por Vilhena, um dos municípios de maior importância econômica, política e social do Estado mantendo contato com lideranças locais.

Confúcio em reunião na câmara de Vereadores, disse que “ainda não sei em quem vou votar. Nem para governador nem para presidente. Está tudo indefinido”. Como o MDB e o PDT são os partidos que mais trabalham seus pré-candidatos à sucessão do governador Daniel Pereira (PSB), com o presidente da Assembleia Legislativa (Ale), Maurão de Carvalho e o senador Acir Gurgacz, respectivamente, a declaração mexeu com a política do Estado.

Confúcio é um político experiente, matreiro nos bastidores e conhecido protelador de decisões importantes. Até o prazo final ninguém consegue saber qual será sua decisão, mesmo que ele já tenha se declarado sobre o assunto. Sempre foi assim. É um ótimo ator, no campo político, que cumpre com competência o papel a que se propôs.

As convenções para escolha dos candidatos às eleições deste ano, que elegerão presidente da República, governadores e respectivos vices; duas das três vagas ao Senado e deputados (federal e estadual) estão se aproximando. Serão realizadas de 20 de julho a 5 de agosto.

A luta dos dirigentes partidários é para fechar o grupo de pessoas que estará participando das eleições, antes da convenção. O MDB já tem seu pré-candidato ao governo, que é Maurão, inclusive, um aliado de primeira hora de Confúcio, que governou o Estado em dois mandatos e renunciou no início do último mês de abril, para poder disputar o Senado.

Antes de renunciar, Confúcio relutou bastante, inclusive anunciou que permaneceria no cargo. Seu objetivo era que o partido apoiasse Wagner como candidato ao governo, mas a opção já era por Maurão. Confúcio reuniu a imprensa, desfez alguns atos que o vice Daniel Pereira (PSB) tinha praticado já se preparando para assumir o governo e garantiu que ficaria no cargo. Lenda.

Mais uma vez Confúcio foi coerente com suas ações. Renunciou entregando o cargo no início de abril, como determina a Lei Eleitoral para Daniel, quando já tinha definido, que levaria o governo até o final e não seria candidato a nenhum cargo eletivo. Wagner também renunciou ao comando da Sefin.

Há várias hipóteses sobre o comportamento político de Confúcio. Uma delas é na questão partidária. A relutância em aceitar a decisão de apoiar Maurão como pré-candidato do partido a governador. Será que irá bater chapa na convenção para tentar impor Wagner? Confúcio não fez nenhuma declaração pública de apoio a Maurão, pré-candidato do partido.

Como prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, o melhor caminho para o ex-governador é garantir sua vaga para concorrer ao Senado. Ou correrá o risco de optar, compulsoriamente, a uma candidatura à Câmara Federal.

Como Confúcio é um político que só decide o futuro político na prorrogação, que atua sempre de caso pensado. Até as convenções teremos mais episódios polêmicos, sobre o embate entre o ex-governador e a cúpula do MDB. Ficar sem mandato não é recomendável.

Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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