Omissão política causa prejuízo aos consumidores de Rondônia

Depois de construir goela abaixo as usinas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, com a justificativa de que seria preciso evitar apagões pelo País, o governo federal permite que em Rondônia a Eletrobras cobre a quinta maior tarifa do Brasil.

 

Isso está acontecendo devido à omissão dos políticos do Estado, com destaque para o líder da bancada federal, deputado Nilton Capixaba (PTB-RO), que há tempos promete que acionará a Comissão de Fiscalização do Senado para ouvir o presidente da Eletrobras.

 

Capixaba se diz indignado com os altos valores da conta de energia elétrica em Rondônia, mas nada tem feito de prático para ajudar a resolver a questão. Só tem prometido. Por ser o líder da bancada federal, ele é quem tem o poder de acionar o Senado e Câmara Federal para ouvir o presidente da Eletrobras.

 

Enquanto Capixaba não age, a Eletrobras Distribuição Rondônia faz o que bem entende. De início a empresa assinou um convênio com os Correios e os carteiros passaram a fazer a leitura dos relógios que marcam o consumo de energia.

 

Ocorre que o Ministério Público entendeu que a Eletrobras não poderia contratar os Correios para esse serviço. Assim, a empresa contratou uma terceirizada, que acabou não conseguindo desenvolver o trabalho. O resultado foi que a conta passou a ser cobrada por estimativa.

 

Na prática, a conta de energia vem no valor que a Eletrobras Distribuição Rondônia acha que deve ser. Na visão da empresa, uma estimativa bem feita. Na visão do consumidor, um chutômetro.

 

O presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (PP), tem batido nos altos valores da conta de energia e no baixo valor pago pelos frigoríficos pela arroba do boi.

 

Acontece que tem frigorífico pagando R$ 1,5 milhão por mês de conta de energia. Os empresários dizem que não estão aguentando a conta, que é muito mais alta do que na maioria dos Estados.

 

Apesar de gerar energia elétrica para grande parte do Brasil, em Rondônia o consumidor paga caro também devido à bandeira vermelha. É um castigo para quem gasta muito quando a energia é gerada por termelétricas. E a penalidade é aplicada porque políticos do Estado, como Nilton Capixaba, não se mexem como deveriam.

 

Agora a Eletrobras aparece com a conversa de que acabará com a bandeira vermelha e que os consumidores de Rondônia ficarão com a amarela. Novamente Maurão de Carvalho reclama, afirmando que a bandeira deveria ser verde, porque no Estado existem duas hidrelétricas gerando energia para o Brasil e Rondônia não depende de termelétricas.

 

Com uma bancada federal fraca e com um coordenador que não demonstra articulação política suficiente para defender a população, os consumidores penam.

 

Capixaba poderia mostrar em Brasília que o governo federal passou por cima da legislação e de órgãos ambientais para construir as usinas de Santo Antônio e Jirau, explicando que haveria um apagão no Brasil se não agisse assim.

 

O governo federal acabou com belezas naturais de Rondônia, não desenvolveu estudos mais aprofundados, e mesmo assim autorizou a construção de Santo Antônio e Jirau.

 

A prova de que os estudos não foram suficientes é que o doutor em biologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Philip Fearnside, alertou para o risco de rompimento das barragens das hidrelétricas do rio Madeira.

 

O pesquisador explicou que os estudos para a construção das barragens foram desenvolvidos com base nas cheias dos últimos dez anos, mas agora o volume de água aumentou muito. Ele avisou que as barragens não foram projetadas para suportar todo esse volume.

 

Será um bom argumento para Capixaba usar em Brasília, se quiser defender a população. O governo federal forçou a situação, por falta de estudos mais aprofundados construiu barragens que podem não suportar o volume de água, destruiu belezas naturais, e agora ainda prejudica consumidores praticando a quinta mais alta tarifa do Brasil.

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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