O caso Reinaldo Azevedo é um acinte contra a Constituição

O caso Reinaldo Azevedo é um acinte contra a Constituição

 O procurador geral da República, Rodrigo Janot, está sendo acusado de usar seu cargo, para uma vingança pessoal. Será verdade? Criticado duramente pelo jornalista Reinaldo Azevedo, um dos nomes mais controvertidos da mídia brasileira, Janot é quem está sendo apontado como quem teria deixado vazar uma gravação em que Reinaldo fala com a irmã do senador Aécio Neves. A Procuradoria Geral nega que tenha feito isso. Poderia até fazê-lo, caso o comentarista político estivesse sendo investigado ou se, na conversa, tivesse qualquer indício de crime.

Não há, no diálogo de um importante cidadão brasileiro, nada que possa colocar sob qualquer dúvida suas ações. Janot teria pisoteado na Constituição, que ele jurou defender, apenas para prejudicar um jornalista que o tem como alvo de duríssimas críticas?  Na conversa com Andrea Neves, Reinaldo falou apenas sobre temas dentro do contexto jornalístico, inclusive pedindo autorização para publicar, em seu Blog, o contraditório dos fatos denunciados pela revista Veja. Baseado em que lei foi decidida a divulgação de uma conversa de um repórter com sua fonte? Reinaldo Azevedo já se demitiu de Veja, onde escrevia, logo depois do episódio e também da Rádio Jovem Pan, onde era a estrela. O caso suspeito de limpa pés na Constituição, deixa a suspeita de que estamos perdendo o bom senso, para alguns egos inflamados de parte de nossas autoridades, exatamente aquelas em que ainda depositamos total confiança e que jamais imaginaríamos que usariam seu poder como meio de vendetta.

Reinaldo Azevedo protestou, com veemência. Disse, entre outras coisas, que “a  transcrição da conversa privada, entre jornalista e sua fonte, não guarda relação com o objeto da investigação; que tornar público esse tipo de conversa é só uma maneira de intimidar jornalistas; que em qualquer democracia do mundo, a divulgação da conversa de um jornalista com sua fonte seria considerado um escândalo. Por aqui, não!”. E ainda destaca, cheio de razão, dois outros aspectos: “O que se tem aí caracteriza um estado policial. Uma garantia constitucional de um indivíduo está sendo agredido por algo que nada tem a ver com a investigação; também há uma agressão a uma das garantias que tem a profissão. A menos que um crime esteja sendo cometido, o sigilo da conversa de um jornalista com sua fonte é um dos pilares do jornalismo".

Claro que o corporativismo no contexto do MP e do Judiciário dificilmente  permitirão punição a esse crime contra a Constituição. Mas a opinião pública brasileira, certamente, já sabe com quem está lidando...

CARAS NOVAS E VIDAS ILIBADAS....

Faltam poucos meses para que dois personagens, entre os mais importantes da vida rondoniense, pendurem as chuteiras, depois de uma longa vida dedicada às causas do Judiciário e se tornem aptos a topar novos desafios, caso assim desejem. Tanto o desembargador Gilberto Barbosa quanto o Procurador do Ministério Público, Hérverton Aguiar, devem se aposentar até o final do ano. O dr. Gilberto já poderia tê-lo feito há bastante tempo, mas seu envolvimento com a profissão é de tal tamanho, que ele preferiu não fazê-lo. Além da competência profissional, do respeito dos seus colegas e de toda a coletividade, o que mais os dois têm em comum? Ambos têm sido citados constantemente como nomes que poderiam entrar na disputa pelo Governo do Estado, no ano que vem. Personagens com vida ilibada, caras novas na política, as chances, ainda mais no momento em que o país vive, seriam muito positivas. Os dois contudo, não aceitam falar sobre o assunto, enquanto estiverem na ativa. A partir do final do ano, quando se aposentarem, a história será outra...

O EXÉRCITO NAS RUAS!

As coisas estão fugindo do controle. Baderneiros, irresponsáveis, apoiados por políticos canalhas, puseram Brasília sob fogo na tarde dessa quarta, abrindo o perigoso  espaço para que o governo do Presidente Temer chamasse as Forças Armadas, para controlar a situação. Esses incendiários, incentivados pela CUT, por sindicatos a mando de partidos políticos e de representantes da esquerda no Congresso, que nada fizeram enquanto seus “companheiros” roubavam e destruíam o país, mas que agora querem retomar o poder na marra, estão doidos para um confronto, com mortos, feridos e sangue, para alimentar seus discursos doentios. Quem viveu o Março de 64 sabe muito bem o risco que estamos correndo. Antipatriotas, bandidos, selvagens e irresponsáveis querem a fúria e a violência. Os brasileiros do bem, que formam a grande maioria do nosso povo, certamente não  aceitarão essa volta ao passado.

“GÊNIOS” DA SEGURANÇA

Nos últimos dois anos, pelo menos, essa coluna comentou inúmeras vezes que o aumento da criminalidade, em Rondônia e especialmente em Porto Velho, poderia ter relação direta com a presença dos chefões do tráfico, no tal Presídio de Segurança Máxima, a menos de 50 quilômetros do centro da cidade. Não foi nem uma nem duas vezes que autoridades da segurança pública torceram o nariz, alegando que nada confirmava tal suspeita. Ora, bolas! Não precisa ser um gênio em segurança para se observar que desde que gente como Fernandinho Beira Mar, Marcão e tantos outros chefões do tráfico vieram para cá, a criminalidade deu um salto. Muitos dos seus seguidores vieram também, se instalaram por perto e sempre receberam, sim, dos seus comandantes, ordens diretas de dentro da cadeia federal, para que as ações criminosas continuassem. Tem que ser um gênio para se chegar a essa conclusão? Precisa ter anos de cursos especiais de segurança para somar um mais e um e, claro, concluir que quem manda nos crimes fora do presídio federal é quem está lá, dentro das celas? Se houvesse menos discurso e mais ação na área da segurança, certamente a situação não chegaria onde chegou.

DE ONDE O PODER EMANA

A operação da Polícia Federal, realizada nessa quarta, em Rondônia e vários outros Estados, comprovou que Beira Mar comandava, via “bilhetinhos”, todo o esquema do tráfico, de vários crimes e de lavagem de dinheiro. As quadrilhas, país afora, faturam ainda mais de 1 milhão de reais por mês, transformando depois o dinheiro podre em negócios limpos. Como um bandido perigoso como esse, condenado a mais de 300 anos de cadeia, consegue ainda controlar o crime de dentro das prisões? Todos sabem a resposta, mas ninguém fala, porque o importante é defender os direitos dos presos, não os da sociedade. Por isso, logo que passar essa operação e esteja em que cadeia estiver, Fernandinho continuará sendo o chefe do crime. Não só do crime e do tráfico, porque sua quadrilha explora ainda caça-níqueis, venda de botijões de gás, de cestas básicas, de cigarros e até, em algumas cidades, os serviços de mototáxis. O dinheiro é sujo de sangue, mas nas dezenas de negócios, ele passa a ser limpo. É o Brasil, onde o poder emana não do povo, mas de dentro dos presídios....

AQUI, É SEM MOLEZA!

O governo rondoniense já começou uma série de investigações relacionadas com as mutretas do Grupo JBS, aquele comandado pelos irmãos que parecem cantores sertanejos e que abalaram o país, com suas denúncias contra políticos. Não há ainda levantamento final de valores, mas o que se sabe é que a Secretaria da Fazenda aplicou nada menos do que 300 autos de infração contra os frigoríficos do grupo em Rondônia, principalmente por rolos de ilegalidades tributárias. Nessa semana, o secretário Wagner Garcia de Freitas, aliás, um dos mais competentes que já ocuparam o cargo, desde que Rondônia virou Estado, determinou um pente fino em todas as infrações emitidas contra o Grupo JBS. Não só determinará a cobrança de todas as multas, como ainda enviará o resultado das auditorias para o Ministério Público Estadual e o Ministério Público federal. Por aqui, os irmãos Batista não terão moleza. Pelo menos é o que garante a turma da Sefin...

TIRANDO A TURMA DO EDGAR

Surpresa geral numa nova e grande relação de comissionados exonerados de seus postos, na última terça. Foram mais de 40 nomes. Muitos deles, indicados pelo vice prefeito afastado Edgar do Boi. Até o então presidente da Emdur, Juscelino do Amaral, consta da relação dos demitidos pelo prefeito Hildon Chaves. Juscelino, com uma vida inteira respeitável e dedicada às causas públicas, anunciou publicamente que havia recebido 10 mil reais de sua campanha a deputado, da JBS, mas de forma totalmente legal e declarada à Justiça Eleitoral. Mesmo assim, o Prefeito preferiu não mantê-lo no cargo, embora não tenha dito, oficialmente, que esse seria o motivo da demissão. Juscelino estava há pouco tempo na nova função. Dos outros exonerados, vários teriam sido indicados por Edgar do Boi e pelo PSDC, o partido que ele comanda. Como não foi divulgada nenhuma informação oficial da Prefeitura sobre o assunto, começou a circular uma série de informações desencontradas e muitos boatos. Espera-se a palavra oficial sobre o assunto, que, até agora, não foi dada.

PERGUNTINHA

Se houvesse eleição indireta para Presidente e você pudesse votar, quem escolheria para substituir Michel Temer, num mandato tampão que termina em 31 de dezembro do ano que vem?

Autor / Fonte: Sérgio Pires

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