Repúdio – Invasão a veículo de comunicação e agressão física desencadeada contra jornalista são atitudes inaceitáveis

Porto Velho, RO – A agressão absorvida pelo ativista e articulista político Carlos Caldeira durante transmissão ao vivo do programa Direto da Redação, veiculado pelo site de notícias News Rondônia, não é uma pequenice. O que ocorreu, na realidade, foi uma violação de dimensões intangíveis ao exercício da profissão e não há, dentro de parâmetros mínimos de bom senso, quaisquer possibilidades de deixar o episódio passar em branco.

A violência física desencadeada por Raimundo Costa de Moraes, o Raimundinho Bike Som, líder comunitário, suplente de vereador e servidor da Prefeitura Municipal de Porto Velho, ultrapassou todos os limites aceitáveis dos direitos de insurreição, contraditório e discordância.

Antes de prosseguir quero deixar claro que não conheço qualquer uma das partes envolvidas pessoalmente – nem preciso. A avaliação do contexto se dá através das imagens e a exposição da conduta execrável que levou a discussão a termo.


Momento em que Raimundinho Bike Som agride Carlos Caldeira

Independentemente das motivações que levaram Bike Som tanto à invasão de uma empresa privada de comunicação quanto às vias de fato perpetradas contra Caldeira, e aqui não faço juízo de valor em relação ao conteúdo que o impeliu à fúria, o campo para resolução de conflitos que envolvam porventura duas pessoas públicas –e adultas – é o Poder Judiciário.

Antes disso, claro, um cidadão popular como Raimundinho poderia recorrer, como o faz frequentemente, às redes sociais e inúmeros sites de notícias que abririam as portas para escutá-lo, incluindo aí o próprio News Rondônia que, de acordo com a vítima, garantiria o direito de resposta com o mesmo espaço e visibilidade utilizados para criticar o líder comunitário.

Do nosso lado, aceitar o ocorrido seria abaixar a cabeça ao atentado sofrido pelo Rondoniaovivo, do jornalista Paulo Andreoli, quando criminosos atearam fogo em um dos veículos da empresa.

Fazer vistas grossas ao fato seria ignorar o espancamento do repórter Rubens Coutinho, do Tudo Rondônia, quando brutalmente levado à lona por um professor de artes marciais, médico e ex-diretor do João Paulo II.

Fingir que nada ocorreu seria dar de ombros à perseguição sofrida pela blogueira Luciana Oliveira, alvo de uma incessante caça às bruxas deflagrada por pessoas públicas denunciadas através de seu ativismo contundente e abnegado.

Por fim, me fazer de sonso seria virar as costas ao amigo Professor Nazareno, que antes mesmo da cátedra já era jornalista, e aceitar que reacionários passionais o exortem com insultos xenofóbicos e de outras ordens.

Mas, repito, o campo em que travamos, e aí falo em nome de toda a equipe do jornal Rondônia Dinâmica, a defesa de todos esses profissionais citados acima, é aqui e à base tão somente da linha retórica com contestações veementemente dialéticas.

Cometer um crime e sair por aí dizendo que ajudou a erguer Constantinopla, construir o Império Romano ou mesmo avocar para si as vitórias de Alexandria não o absolverá dessa mácula triste, abjeta e lamentável que você mesmo impôs à sua biografia, Raimundinho.

Que as autoridades do Estado de Rondônia e entidades representativas ligadas à comunicação ajam rapidamente trazendo respostas ao ato infame de bestialidade, momentâneo ou não, costumeiro ou não, irrompido naquele instante de insanidade pelo invasor com seus moquetaços aleatórios e imprevisíveis.

Nosso total repúdio à investida contra o jornalismo rondoniense que ontem era, hoje é e continuará daqui  para a frente também representado por Carlos Caldeira, Anderson Nascimento, Fabiano Coutinho e Mauro Brisa – componentes incansáveis do igualmente violado News Rondônia. Solidariedade máxima aos colegas, parceiros de ofício.

Força!

Autor / Fonte: Vinicius Canova

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