Câmera e microfone desligados são fetiches para jornalistas racistas como Willian Waack, preconceituosos como Casoy e covardes como Carlet

Câmera e microfone desligados são fetiches para jornalistas racistas como Willian Waack, preconceituosos como Casoy e covardes como Carlet

Enfermaria 67, HB – Não importa que a Globo tenha afastado William Waack de suas funções após vazamento do vídeo onde o apresentador faz comentários racistas dos mais repugnantes e execráveis. “Coisa de preto”, recrimina, denotando, ainda mais, um terrível aspecto social escancarado há muito, porém observado com profundidade apenas quando o absurdo vem à tona da forma mais baixa transmitido por figurões supostamente gabaritados. Aliás, as credenciais acadêmicas e profissionais de Waack podem causar inveja e impressionar; as de ser humano, no entanto, apenas asco e desgosto.   

Levando em conta o retrospecto da emissora em relação a punições, os funcionários da casa quando resvalam em casos de racismo, como ocorrera com Waack, e outros tantos a exemplo dos assédios perpetrados pelo galã José Mayer, há um “corretivo” dialético para inglês ver através de notas, e também o que nós chamamos de férias antecipadas remuneradas. Estas conhecidas como “afastamento para apuração dos fatos”. No caso de Mayer, sua carreira global deve ficar na geladeira por mais um tempo por conta de um boicote formalizado por atrizes que não querem atuar com ele.

Baixada a poeira, eles, os calhordas duas-caras, voltam para onde jamais deveriam ter saído, já que a emissora só aceita tomar medidas enérgicas passageiras por conta da imensa má repercussão, de flagelos igualmente momentâneos.

As pessoas esquecem. Elas sempre esquecem.

Assim como esqueceram quando Boris Casoy – ainda âncora na Rede Bandeirantes em 2010 – aproveitou um intervalo comercial para debochar de dois garis que apareceram numa vinheta do canal desejando Feliz Ano Novo.

“Que merda, dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras. O mais baixo da escala do trabalho”, disse o jurássico “profissional” de imprensa.

Relembre

Casoy não foi afastado. À ocasião, pediu as desculpas mais constrangedoras que qualquer espectador fora obrigado a assistir provavelmente em toda a história da televisão mundial. Não havia um milímetro de verdade naquele pedido de perdão raso, rápido e ridículo. Tão ridículo quanto a rapidez com que mudou de assunto tão logo encerrou sua patética encenação.  

O radialista Wianey Carlet, conhecido mais ao longo do Sul do País pelo trabalho desenvolvido através do Grupo RBS, não chegou a ser racista nem preconceituoso – pelo menos no episódio em que fora flagrado. Carlet foi apenas covarde, um verdadeiro bunda mole.

Pouco mais de uma semana depois da morte de Paulo Sant’Ana, seu ex-companheiro de Rádio Gaúcha e Sala de Redação, Wianey disparou sem saber que estava ao vivo: alegou não ter sentido a morte de Sant’Ana porque o achava “muito filho da p...”.

Não sentir a morte de alguém não é nada alarmante a ser censurado, é até normal, oras; inadmissível é adjetivar pejorativamente um colega de trabalho, numa transmissão ao vivo, desrespeitando inclusive o período de luto, sem pensar nos amigos, familiares e fãs do cidadão que partiu. À época, a idiotice rendeu a demissão de Carlet, e não sei mais em que pé está.

Estes três tolos (os dois primeiros criminosos, reitere-se) têm em comum um fetiche insaciável: diante de microfones e câmeras desligadas, sabendo que há todo um aparato que pode colocá-los em questão de segundos desnudados mundialmente, falam os impropérios que dizem aos amigos, vizinhos, e talvez até a familiares nos momentos mais íntimos. São eles mesmos, sem tirar nem pôr. Gostam de saborear o gostinho do perigo, da “quase” exposição e, quando ocorre, pegos de calças curtas, chegam ao derradeiro gozo, alcançando – ainda que inconsistentemente – aquilo que sempre quiseram.  

Diferente do sujeito abaixo, que fala logo na cara dura, e dane-se! Ah, nem por isso menos racista... 

Paulo Henrique Amorim, da Rede Record e titular do Blog Conversa Afiada, um homem dedicado a pautas humanitárias, segundo o próprio, é um anti-Globo de marca maior por motivos personalíssimos, obviamente.

Embora defenda minorias, tenha um discurso arrojado contra abuso de autoridade e conserve pretensa veia democrática, PHA também é um grandessíssimo racista, e talvez dos piores (se é que é possível qualificar em pódio), pois faz o tipo que não reconhece, faz questão de não enxergar e até hoje, quando toca no assunto, se esforça para justificar o injustificável.

Ele foi condenado pela Justiça por chamar o jornalista Heraldo Pereira, da Rede Globo, de “negro de alma branca”, porque, de acordo com Amorim, o colega de profissão jamais conseguiu revelar nada além de “ser negro e de origem humilde”. Pereira, ironicamente, cotado para substituir Waack no comando do Jornal da Globo, veja só!

Como não há punição adequada pra essa gente, as reações populares precisam durar mais que cinco minutos, do que o fervor evocado pela notícia da hora.

Não seja um microfone desligado, caro (a) leitor (a). Não os deixem excitados, por favor! No mais, siga as orientações dos zoológicos: não alimente os animais. 

Autor / Fonte: Vinicius Canova

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