Depois de receber homenagem da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da América do Sul (Federasur), no Rio, de manhã, o ex-presidente do Uruguai José Mujica almoçou num boteco da Praça da Bandeira, zona norte do Rio. Ele provou feijoada e rabada, tomou cerveja e conversou amenidades com integrantes da federação e assessores. Depois, seguiu para o hotel em que está hospedado para descansar; de lá, partirá para um encontro com jovens na Universidade do Estado do Rio, no Maracanã, marcado para as 18 horas.

 

 

Ainda no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio, onde recebeu o troféu “Personalidade Sur”, pelo trabalho em prol da integração da América do Sul, o ex-presidente deu rápida entrevista, em que, ao comentar as investigações sobre corrupção do PT e outros partidos, disse que "o Brasil tem força suficiente para superar as dificuldades". "Não moro no Brasil, mas o país já teve grandes presidentes e grandes dificuldades. O problema está no derrotismo de achar que está tudo perdido. Se teve gente que se equivocou, que sejam castigados.”

 

 

Ele não quis falar sobre a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff e de o ex-presidente Lula estar implicada em malfeitos. "Sou senador de outro país. Não viria ao Brasil, do qual dependemos tanto, opinar sobre a presidente ou o ministro tal. Tenho que ter habilidade diplomática e carinho com o povo brasileiro, pois os governos passam e povo fica", explicou.

 

O ex-presidente se dirigiu a cerca de 400 pessoas na ABI. Em fala contundente, pregou a humildade entre os políticos e o fim de arroubos capitalistas. "Não é uma apologia da pobreza e da miséria. Os políticos têm que viver como a maioria e não como a minoria privilegiada ", disse, arrancando muitos aplausos da plateia. "Se você se acostuma a comer na mesa dos ricos, acabará pensando que é rico. Não há homem grande, há causa grande".

 

O convite para vir ao Rio partiu da Federasur. O coordenador da área de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio (UERJ), Willians Gonçalves, que também é da diretoria da federação, contou que, ao ser consultado sobre o tributo, Mujica o aceitou com a condição de que pudesse aproveitar a viagem para falar a uma plateia de jovens no Rio. 

 

A UERJ marcou então uma palestra dele, e se surpreendeu com a mobilização ao divulgá-la: "Fiquei surpreso mesmo. Ontem (quarta-feira) tivemos uma reunião de emergência para garantir a segurança", disse Gonçalves. 

 

A direção da universidade decidiu trocar o local do encontro, do teatro Odylo Costa Filho, que tem 950 lugares, para a concha acústica, anfiteatro aberto, por causa do grande número de pessoas esperado. Telões irão transmitir a fala do ex-presidente para o teatro e para o estacionamento que dá para a saída do metrô Maracanã. A ideia inicial era distribuir 900 senhas para o teatro e colocar o telão na concha, mas esta foi repensada diante da expectativa de aparecerem entre três mil e quatro mil pessoas. No evento criado no Facebook, foram cerca de 10 mil presenças confirmadas.

 

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