Moro diz que não há provas contra Lula em decisão que determinou prisão de Bumlai

Reuters

 

O juiz Sérgio Moro, à frente das ações ligadas à operação Lava Jato, afirmou que não há provas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teria tido seu nome usado pelo pecuarista José Carlos Bumlai, preso na 21ª fase da operação nesta terça-feira.

 

No despacho em que determinou a prisão de Bumlai, Moro afirma que o pecuarista, que é amigo do ex-presidente, "teria se servido, por mais de uma vez e de maneira indevida, do nome e autoridade do ex-presidente da República para obter benefícios".

 

"Não há nenhuma prova de que o ex-presidente da República estivesse de fato envolvido nesses ilícitos, mas o comportamento recorrente do investigado José Carlos Bumlai levanta o natural receio de que o mesmo nome seja de alguma maneira, mas indevidamente, invocado para obstruir ou para interferir na investigação ou na instrução", escreveu Moro.

 

"Fatos da espécie teriam o potencial de causar danos não só ao processo, mas também à reputação do ex-presidente, sendo necessária a preventiva para impedir ambos os riscos", acrescentou.

 

A Polícia Federal prendeu Bumlai nesta terça-feira em nova etapa da Lava Jato que investiga concessão de empréstimos milionários em benefício de políticos e contratação de navio sonda pela Petrobras.

Juiz Srgio Moro, em So Paulo

© REUTERS/Paulo Whitaker Juiz Sérgio Moro, em São Paulo

 

As investigações da Lava Jato apontaram que a Petrobras contratou o grupo Schahin em 2009 para operação do navio sonda Vitória 10.000, em processo sem licitação, como forma de pagamento por um empréstimo de 12 milhões de reais contraído por Bumlai junto ao grupo em 2004. Segundo o Ministério Público Federal, o empréstimo se destinava ao PT e nunca foi pago.

 

Em sua decisão, Moro disse que o pecuarista "disponibilizou seu nome e suas empresas para viabilizar de maneira fraudulenta recursos a partido político, com todos os danos decorrentes à democracia".

 

"Posteriormente, (Bumlai) envolveu-se na utilização de contrato público de empresa estatal para obter vantagem indevida para si e para outrem", acrescentou o magistrado.

 

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Autor / Fonte: Reuters

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