Memorial Jorge Teixeira passa por reformas e será reaberto em fevereiro

O Memorial Jorge Teixeira está sendo reformado numa parceria entre Exército, TV Rondônia e Federação do Comércio de Rondônia (Fecomércio). Do Estado, os dirigentes do Memorial querem servidores para recepcionar visitantes e apoio para manutenção. A previsão de entrega do prédio reformado é de quatro semanas, como afirmou o general de Brigada Ubiratan Poty, que assumiu o compromisso da mão-de-obra e colocou a serviço da casa 15 militares, que estão trabalhando no local desde o último dia 6.


 
Para reorganizar o museu um dos parceiros prometeu enviar um museólogo experiente em trabalhos na Amazônia. A expectativa é de que o Memorial esteja pronto para receber turistas ainda no mês de fevereiro.
 


Antes de ser um museu, a casa 501 da Rua José do Patrocínio funcionou como residência oficial dos governadores e suas famílias. Por lá passaram mais recentemente Humberto da Silva Guedes, que governou o Território Federal de Rondônia de maio de 1975 a abril de 1979; depois foi a vez do Coronel Jorge Teixeira de Oliveira, cujo primeiro mandato foi de abril de  1979 a janeiro de 1982, no comando do Território e depois de janeiro de 1982 a maio de 1985, quando governou o recém criado Estado de Rondônia. Depois de Teixeirão, foi a vez de Ângelo Angelim  (maio de 1985 a março de 1987), cujo governo foi chamado de mandato tampão para cobrir a transição entre o último governador nomeado e  o primeiro eleito em 1986 e empossado em março de 1987. Mas Jerônimo Santana já não morou na residência oficial. Por motivos pessoais preferiu uma casa particular. Em 2000, a casa foi doada para funcionamento do Memorial, que já existia desde 1993, pelo então governador José Bianco, através da Lei nº 936, de 13/12/2000.


 
São mais de 350 peças presentes no acervo do museu, algumas doadas pelo próprio Jorge Teixeira antes de deixar o governo. Yêdda Pinheiro Borzacov, historiadora e ex-integrante do governo de Teixeirão, conta que um dia recebeu um recado de que o Coronel, como era identificado pelos  assessores e pela população,  precisava falar com ela. “Na verdade não cheguei a falar com ele naquele dia, mas recebi a encomenda. Dois pacotes enormes com pertences dele. Mais tarde ele me disse guarde, porque um dia você vai precisar”. Posteriormente Yêdda destinou o material a órgãos do governo para catalogação e tombamento.


 
Outras peças foram doadas pela família do ex-governador e por antigos colaboradores, além de coletas oficiais como as publicações diversas em jornais da capital e diários oficiais.  Além de retratar os seis anos do governo, o museu também dedica um espaço à atividade militar e outras ações políticas de Jorge Teixeira, como o período em que foi prefeito de Manaus.


 
Cida Souza é a presidente do Memorial, no governo do Teixeirão ela ocupou a diretoria de Comunicação Social. Segundo ela, a casa não recebe nenhuma espécie de recurso oficial e é mantida atualmente por cerca de quatro colaboradores, de um total inicial de 63. “Muitos morreram e outros não tiveram mais condições de contribuir”, destaca. Para ela é muito importante o apoio do governo do Estado, não apenas mantendo profissionais para atendimento ao público, como para dar um suporte para o funcionamento do museu. “Não desejamos ver o museu no estado em que ficou recentemente”, lembrando que por falta de recursos não havia como   manter o local em bom  estado para visitação pública. Ainda segundo ela,  se o museu ainda tinha um aspecto razoável é graças ao trabalho voluntário de Salomão Arlindo Nascimento, que em troca de moradia faz a higienização do Memorial.
 
 
 
 
Fotos: Ésio Mendes

Autor / Fonte: Alice Thomaz

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