O empresário Marcelo Odebrecht, preso no âmbito da operação Lava Jato, descartou nesta terça-feira em depoimento à CPI da Petrobras fazer um acordo de delação premiada ao dizer que não vai "dedurar" pessoas no processo, e disse que ser "provável" que tenha conversado com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a petroleira.

 

Indagado por um parlamentar da comissão sobre um possível acordo de delação premiada, o empresário disse que para "dedurar é preciso ter o que dedurar", acrescentando que tem valores morais contrários a entregar as pessoas.

 

"Primeiro, para alguém dedurar, ele precisa ter o que dedurar. Esse é o primeiro fato. Isso acho que não ocorre aqui. Segundo, acho que é uma questão de valor moral", afirmou.

 

No depoimento, o empresário disse ainda que provavelmente teve "conversas republicanas" com a presidente sobre a estatal. A respeito de Lula, disse ser "provável e mais do que natural" terem falado a respeito da petroleira.

 

"Você está falando de duas das maiores empresas brasileiras, que têm uma relação muito forte em diferentes setores, e é provável que se eu encontrar com uma amigo, um empresário, um político, qualquer um, venha à tona o tema Petrobras e o tema Odebrecht", disse o executivo a parlamentares em Curitiba, onde está preso há quase três meses por acusações de envolvimento em esquema bilionário de corrupção.

 

"É mais do que natural e provável que com qualquer pessoa esse tema venha. Não me lembro especificamente de nenhuma conversa específica, mas é provável", acrescentou.

 

Marcelo Odebrecht é uma das figuras empresariais e políticas de maior destaque envolvidas no escândalo de corrupção na Petrobras, no qual empreiteiras superfaturaram obras em troca de pagamento de propinas.

 

O empresário se recusou a responder diversas perguntas de deputados alegando que o conteúdo constará de sua defesa contra as acusações, às quais disse não ter tido acesso total até o momento.

 

Segundo ele, a Odebrecht tem sofrido durante o processo deflagrado pela Lava Jato, mas permanece firme.

 

"Não resta a menor dúvida que nesse processo todo que existe, obviamente, a empresa sofre. Projetos eventualmente não são iniciados", disse.

Presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, durante depoimento à CPI da Petrobras, em Curitiba

© REUTERS/Rodolfo Buhrer Presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, durante depoimento à CPI da Petrobras, em Curitiba

 

"Mas fora a questão de que poderíamos estar gerando muito mais empregos ou preservando muito mais empregos, eu posso garantir que a empresa continua absolutamente sólida.

 

(Texto de Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)

 

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