Laerte bate pesado no cartel do leite em Rondônia: ‘Lucros abusivos vão para os bolsos dos empresários enquanto produtores são punidos’

HILDON CHAVES MEXEU NO ABELHEIRO AO ANUNCIAR MUDANÇAS NO CEM

“O prefeito Hildon Chaves mexeu num abelheiro”! A frase é de um experiente jornalista, ao saber que a Prefeitura, via Semusa, decidiu modificar a forma de atendimento no Centro de Especialidades Médicas (CEM), tirando dali pelo menos 35 médicos que são clínicos gerais, para enviá-los ao atendimento nos postos de saúde e nas UPAs da Capital.

Foi uma loucura geral.

Primeiro, por erro da própria Prefeitura, que não fez o mínimo dever de casa: informar corretamente à coletividade o que estava fazendo e o porquê de estar fazendo. Depois, pela reação agressiva de vários médicos. Ainda, pela virulência das críticas contra o “fechamento” do Centro especializado, coisa aliás, que jamais foi cogitada e que não vai acontecer.

A partir dessa falsa notícia plantada, começou um batalhão de duríssimas críticas contra a administração municipal. Quem é do meio, sabe de onde elas vêm. E não são de opositores! A própria Prefeitura não impediu que uma boataria inacreditável se espalhasse em menos de 24 horas, colocando não só o novo secretário de saúde, Orlando Ramires como o próprio Prefeito numa posição de vilania, porque teriam decidido, de uma hora para outra, acabar com um serviço de excelência que o Município presta à coletividade. Não houve nada disso.

O que houve é que Hildon e Ramires decidiram retirar do CEM todos os médicos não especialistas e enviá-los para atender a população onde eles são mais que necessários: nos postos e nas UPAs. Exatamente nos locais onde a precariedade do atendimento e a falta constante de médicos é, provavelmente, o principal Calcanhar de Aquiles da saúde pública.

A reação dos médicos foi dura. Vários deles se pronunciaram. O programa Papo de Redação, que reúne os Dinossauros do Rádio, na Parecis FM, recebeu alguns dos protestos. Um dos médicos, que logicamente quer se manter anônimo, chegou a chamar o Prefeito de “mentiroso”. Há vários panos de fundo nessa história, é claro. Primeiro, que mexer num abelheiro, quando envolve médicos, não é coisa para amadores. Segundo, porque o CEM é um local que a população considera de grande importância para o atendimento e, embora não seja de responsabilidade da Prefeitura cuidar deste tipo de saúde (ele é do rol de ações do Estado), o serviço ali prestado é realmente de qualidade.

Por fim (se poderia continuar enumerando razões, mas três é um bom número), é importante que a administração tenha aprendido a lição e não permita que as informações distorcidas se espalhem, apenas por achar que dizer corretamente o que está acontecendo, não é de vital importância. O CEM vai continuar funcionando. Tomara que os 35 médicos que sairão de lá, realmente venham a atender nos postos de saúde. Será que vão?

CONCURSO APÓS 30 ANOS

Depois de mais de 30 anos, a Assembleia Legislativa de Rondônia vai realizar um concurso público para contratação de servidores. O último foi efetivado em 1986, num concurso diferente, muito simples, para os servidores que estavam na Casa desde sua abertura, em 31 de janeiro de 1983. A primeira eleição em Rondônia na condição de Estado ocorreu em 15 de Novembro de 1982, quando foi escolhida a representação rondoniense no Senado, na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. Os 24 deputados estaduais eleitos naquele pleito receberam a função de constituintes, 15 pertenciam a legenda PDS e nove ao PMDB. O primeiro presidente foi José de Abreu Bianco, que começava ali uma longa carreira política, chegando até a Governador do Estado. Após três anos, os que já trabalhavam no poder foram efetivados, após realizarem um exame bastante simples. Três décadas depois, tudo é diferente. O presidente Maurão de Carvalho e seus pares já decidiram que é hora de um concurso para várias funções. Não há ainda muitos detalhes, porque eles serão divulgados em breve. Mas sem dúvida é uma boa notícia, para quem sonha em ingressar no serviço público rondoniense.

CARTEL DO LEITE NO ESTADO

A formação de cartéis é ilegal e deve ser punida com todo o rigor da lei. Mesmo nesse país, onde as punições são raras (a menos, é claro, que o acusado seja político, porque agora eles estão na alça de mira), é incrível que tais práticas criminosas de domínio do mercado continuam sendo praticadas impunemente. Um caso de grande suspeita de cartel foi denunciado essa semana, num duro discurso do deputado Laerte Gomes, líder do governo na Assembleia. Segundo ele, duas empresas que dominam o mercado do leite em Rondônia impuseram um preço comum, de forma que os produtores locais não têm opção alguma para seus negócios. E são obrigados a  vender o litro do leite por apenas 85 centavos, enquanto em algumas regiões do país o valor pode chegar até a 1 real e 25 centavos. Os preços, país afora, oscilam. Em São Paulo, maior mercado consumidor, o valor gira em torno de 1 real e 5 centavos. Ou seja, os produtores rondonienses estão vendendo seu leite quase a preço de custo. E se não venderem para essas duas empresas, têm que jogar sua produção fora. Laerte bateu pesado: “Ambas as empresas têm grandes benefícios fiscais e o dinheiro deveria ser repassado aos produtores, porém não é o que ocorre. Esses lucros abusivos estão indo para os bolsos dos empresários. Os produtores rurais do Estado estão sendo penalizados”. Espera-se providências urgentes contra esse abuso.

PODEMOS TER 103 PARTIDOS

Não dá mesmo para se acreditar em nada que saia do nosso Congresso, infelizmente. Nem o que interessa diretamente aos nossos representantes do parlamento, eles conseguem resolver corretamente. Mais uma vez, isso ocorreu. Nada de reforma eleitoral. Talvez apenas um “puxadinho”, como os brasileiros adoram fazer. O voto proporcional continua, o Distritão ficou para o futuro, os partidos nanicos continuarão nadando em verbas públicas e negociando, em seus balcões, esquemas com outros partidos, principalmente para venderem espaços no horário eleitoral gratuito. Mudança praticamente zero. Aqui e ali pode haver alguma inovação, mas só se ela vir da própria Justiça Eleitoral. Se formos esperar pelo Congresso e por algum tipo de consenso, vamos esperar sentados, porque não vai acontecer nada. Os 35 partidos (número inacreditável!) já registrados, poderão participar, todos, da eleição de 2018. Outros 68 siglas que estão ainda tentando registro, poderão se somar aos atuais. Ou seja, potencialmente, podemos ter até 103 partidos políticos legitimamente atuando na disputa eleitoral do ano que vem. É uma vergonha, um acinte, um desaforo. Mas quem lá pelo Congresso está preocupado com isso?

OS PRÊMIOS DE CONFÚCIO

Poucas vezes se viu o governador Confúcio Moura tão feliz, em todo o seu período de governo, como nesta quarta-feira. O motivo era claro: a conquista de mais um prêmio nacional, dessa vez o de  Boas Práticas, medidas criativas da administração pública que beneficiam o cidadão. Rondônia ficou em primeiro lugar, num trabalho apresentado pelos secretários Wagner Garcia de Freitas, das Finanças e George Braga, do Planejamento. O chefe da Casa Civil, Emerson Castro, também participou do evento. Foi um acontecimento importante, porque o trabalho rondoniense concorreu com outros 100, de todas as regiões do país. Rondônia já tinha outros dois títulos nacionais, conseguidos neste atual governo: o Estado número 1 em Transparência, com nota máxima, concedido pelo Tribunal de Contas da União e também o número 1 pelo Portal do Ministério Público Federal, tanto em transparência como em combate à corrupção. Ou seja, Confúcio Moura tinha mesmo motivos para andar rindo por São Paulo, de orelha a orelha. 

A ENERGIA DO FUTURO

Na terra do sol de rachar, aquela em que parece que há um sol para cada um, a energia pura, da natureza, sem qualquer dano ao ambiente, não deveria ser a que abastece as empresas, prédios públicos e residências? Na teoria, parece óbvio. Mas como a energia solar é ainda um caminho incipiente no Brasil, justamente o país do sol e do calor, estamos muito atrasados nessa questão, em relação a outras nações, inclusive algumas onde o calor é uma raridade. Quais as razões disso? O preço da instalação de sistemas de energia solar é proibitivo ou vale a pena investir neste tipo de processo de geração de energia? O assunto é abordado no programa Direto ao Ponto, apresentado por Sérgio Pires, nessa semana. O entrevistado é o especialista Kruger Darwich, que explica tudo e orienta sobre como a energia solar pode ser o nosso caminho para o futuro. A atração vai ao ar neste sábado, 11h30 da manhã, simultaneamente em três diferentes canais de TV. Na Record News Rondônia, Canal 31, TV aberta: na Sky, Canal 331 e na Claro TV, Canal 431.1. No domingo, a entrevista na íntegra já estará num dos principais sites de notícias do Estado, o Gente de Opinião, para toda a Rondônia.

O BARCO SALVADOR

Os números da saúde pública em Rondônia são realmente positivos, mesmo num setor onde os problemas são imensos, onde quanto mais se faz, mais se há para fazer. O secretário Williames Pimentel, contudo, tem razões de sobra para comemorar. Além do recorde de cirurgias realizadas; além do número de transplantes que já supera aos melhores perspectivas; além do número crescente de exames (alguns sofisticados), que o Estado oferece, também merece destaque especial a atuação do Barco Hospital Walter Bártolo, que em suas viagens pelos rios da região, tem atendido milhares de pessoas. Nas regiões de Deolinda, Barranquilha, Sotério, Baía das Onças, Ricardo Franco e no distrito de Surpresa, todos na região de Guajará Mirim, em apenas uma viagem de 12 dias, foram  feitos mais de 12 mil atendimentos, ou seja, mais de mil por dia. Há casos em que uma só pessoa faz vários exames. Nessa viagem, se descobriu, por exemplo, que muitos ribeirinhos têm sérios problemas de audição, porque tomam banhos nos rios e não secam ou limpam corretamente seus ouvidos. Enfim, é um serviço novo e especial, que beneficia principalmente as comunidades que vivem em áreas onde a assistência do Estado praticamente não chegava. Agora chega!

PERGUNTINHA

O que dá para esperar de um povo onde tem gente que fica 10 anos em filas de programas de moradia popular e que, quando conquistam sua casa própria de graça, trata de vendê-la ilegalmente por alguns trocados?

Autor / Fonte: Sérgio Pires

Comentários

Leia Também