Jornalista Maria Júlia Coutinho assume que chorou ao ser vítima de racismo na web
— Publicada em 01/12/2015 às 21h10min
Novo sucesso do jornalismo da TV Globo, Maria Júlia Coutinho ganhou a capa de uma famosa revista feminina no mês de dezembro. Fato raro entre profissionais da área da emissora carioca. A "Moça do Tempo" do "Jornal Nacional" fez um ensaio para a revista "Claudia", revelou que chorou ao ser vítima de racismo nas redes sociais, em julho, e ficou muito preocupada ao pensar em como sua mãe iria reagir aos insultos.
“Ela se abalou, ficou mal. E eu fechei a porta do quarto e chorei abraçada com o meu marido. Um choro por me sentir também acariciada por milhares de pessoas que se solidarizaram. Muita gente imaginou que eu estaria chorando pelos corredores [...]. Eu já lido com essa questão do preconceito desde que me entendo por gente. [...] Fico muito indignada, mas não esmoreço, não perco o ânimo. [...] A militância que faço é o meu trabalho, com carinho, dedicação e competência”, afirmou.
Como disse ao "JN" na época, ela já estava acostumada a sentir na pele o preconceito. A primeira vez em que foi destratada por sua cor de pele foi na escola, ainda na infância.
“Uma garota me encarou para dizer: ‘Você tem tudo preto na vida. Seu cabelo, seu carro, sua casa’. E, olhando para outras crianças, determinou: ‘Não brinquem com ela, porque tudo nela é preto’”, lembrou.
Durante anos, a jornalista teve cabelo alisado para tentar ser "aceita" pela sociedade. "Esquentava no fogão um pente de metal e alisava o cabelo. Fora dos pequenos círculos, era difícil assumir a identidade. Precisa coragem para usar o crespo, símbolo de estar à margem”, avaliou.
Tudo mudou após a musa avistar uma edição da revista "Raça", na década de 90, com uma negra linda, com tranças afro, em uma banca de jornal. "Falei: ‘Eu quero isso’. Funcionou como uma permissão para ser eu mesma.”
Autor / Fonte: Famosidades
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