Janot aponta 'teia criminosa' e pede divisão do maior inquérito da Lava Jato

Julia Affonso, Mateus Coutinho e Fausto Macedo

 

Denncia: Janot

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira, 28, manifestação no Inquérito 3989 pelo desmembramento dos núcleos políticos que compõem a estrutura do grupo criminoso organizado, 'de acordo com a afinidade de atuação dos partidos'.

A divisão em quatro grandes grupos foi proposta para 'otimização do esforço investigativo, uma vez que se trata de uma só organização criminosa, ampla e complexa'.

O procurador-geral pede que o Inquérito 3989 fique restrito aos membros do grupo criminoso organizado inseridos no Partido Progressista (PP) e aos que, com esses, 'atuaram em concurso de pessoas'.Janot também requereu a instauração de inquéritos específicos para investigar os fatos relacionados a membros do PT, do PMDB 'com articulação no Senado Federal' e do PMDB 'com articulação na Câmara dos Deputados'.

No documento enviado ao STF, Janot afirma ainda que se trata de uma mesma organização criminosa em que alguns membros do PP, PMDB e PT, 'utilizando-se indevidamente do partido, dividiram entre si as diretorias da Petrobrás'.

"A indicação de determinadas pessoas para importantes postos chaves do ente público, por membros dos partidos, era essencial para implementação e manutenção do projeto criminoso", afirma.

O procurador sustenta que 'a teia criminosa se divide em uma estrutura com vínculos horizontais, em modelo cooperativista, em que os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, e em uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando, controle e de tomadas de decisões mais relevantes'.

"É necessária a cisão do presente inquérito, com aberturas de expedientes específicos, devendo ser levadas em consideração essas duas características da organização criminosa: sua verticalização e sua horizontalização", diz.

Autor / Fonte: Estad�o

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