(16 jan) Polícia indonésia patrulha uma prisão em Cilacap onde estão condenados por tráfico de drogas 

© Fornecido por AFP (16 jan) Polícia indonésia patrulha uma prisão em Cilacap onde estão condenados por tráfico de drogas

 

A Indonésia permanecia determinada a fuzilar em breve sete estrangeiros, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte, condenados à morte por tráfico de drogas, depois que o novo presidente do país rejeitou os recentes pedidos de indulto.

 

 

Gularte, de 42 anos, foi condenado à pena de morte em 2005 por entrar no país com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf.

 

 

O ministério das Relações Exteriores do Brasil informou na semana passada que o pedido de clemência de Rodrigo Gularte foi rejeitado pelas autoridades indonésias.

 

 

A diplomacia brasileira indicou que pretende seguir trabalhando até "esgotar todas as possibilidades de comutação da pena de Rodrigo Gularte permitidas pelo ordenamento jurídico da Indonésia".

 

A defesa do brasileiro ainda tem esperanças de que o governo de Jacarta reconsidere a decisão por razões médicas, já que o condenado foi diagnosticado com esquizofrenia. De acordo com a lei indonésia, ele poderia ser internado em um hospital psiquiátrico, ao invés de ser executado.

 

 

A mãe de Gularte, que o visitou pela última vez em agosto de 2014, declarou recentemente em um programa de televisão que o filho estava "totalmente transformado" e havia perdido 15 quilos.

 

 

Além do pedido de indulto de Gularte, o presidente Joko Widodo rejeitou os pedidos de dois australianos - que estão no corredor da morte há quase 10 anos -, um francês, um nigeriano, um ganense, um filipino e quatro indonésios, informou a promotoria de Jacarta.

 

 

"A promotoria recebeu as cópias oficiais do decreto presidencial que rejeita os pedidos de indulto de 11 condenados à morte", afirmou à AFP Tony Spontana, porta-voz da justiça.

 

 

"O gabinete do procurador-geral tem agora 11 condenados no corredor da morte prontos para a execução", completou.

 

 

No dia 18 de janeiro, a Indonésia executou seis pessoas, entre elas cinco estrangeiros, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, um holandês, um vietnamita, um malauiano e um nigeriano.

 

O Brasil, assim como a Holanda, reagiu com uma convocação para consultas de seu embaixador.

 

 

A presidente Dilma Rousseff afirmou em um comunicado que estava "consternada e indignada" com o fuzilamento, que teria consequências para as relações bilaterais.

 

 

Dezenas de indonésios e estrangeiros condenados à pena capital por tráfico de drogas estão no corredor da morte na Indonésia, um país com uma das legislações de combate às drogas mais severas do mundo.

 

 

As execuções de janeiro foram as primeiras desde a chegada ao poder, em outubro do ano passado, do presidente Widodo, que desta maneira colocou em prática o discurso intransigente da campanha eleitoral.

 

 

"Não haverá clemência para os narcotraficantes", afirmou Widodo pouco depois de assumir o cargo.

"Todos os duas, 50 pessoas morrem por causa das drogas", completou.