Incêndio em Portugal: 'Meus pais estão mortos em casa, mas não consigo chegar lá'

LISBOA — A cidade de Avelar, a cerca de 20 quilômetros de Pedrógão Grande, se transformou desde a noite de sábado num ponto de apoio aos que conseguiram fugir do incêndio florestal que varreu dezenas de vilarejos na região. Agora, os sobreviventes tentam retornar às suas casas, para chorar os parentes e amigos perdidos e contar os prejuízos. Mas eles não podem, pois as estradas estão todas bloqueadas.

— Estou aqui preso. Tenho meus pais mortos em casa, em Castanheira do Pêra. Já me confirmaram, mas não consigo chegar lá — disse um homem à reportagem do jornal português “Expresso”.

Na mesma estrada, um casal passa pelo mesmo drama.

— Tenho que sair daqui. Preciso saber dos meus familiares — diz o homem. — Não fico mais aqui, não posso. Nem que tenha de ir a pé — completa a mulher.

As estradas estão bloqueadas para a circulação de carros civis. Apenas ambulâncias, carros dos bombeiros, da polícia e das forças armadas cruzam apressadas. Pelo ar, aviões e helicópteros tentam debelar as chamas que continuam avançando. Ir a pé é uma opção, mas arriscada. Mesmo com o fogo já tendo passado, após consumir todo o combustível, a região continua com muita fumaça, principalmente nos túneis.

Paulo Lourenço, morador de Lisboa, aproveitou o fim de semana para visitar a região, e agora é mais um “prisioneiro” de Alevar. Além de não conseguir voltar para casa, está preocupado com parentes, que vivem em Alge, uma aldeia em Figueiró dos Vinhos.

— Há duas frentes de fogo, e uma já cortou a entrada da aldeia. Temos primos lá e já conseguimos falar com eles. As pessoas estão muito preocupadas — contou Lourenço, afirmando que cerca de 30 pessoas continuam em Alge.

https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo/meus-pais-est%C3%A3o-mortos-em-casa-mas-n%C3%A3o-consigo-chegar-l%C3%A1/ar-BBCQbXg?li=AAggXC1

Autor / Fonte: Agência O Globo

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