Fazenda em Machadinho D'Oeste é considerada modelo na criação de gado





No lugar há preservação ambiental, preocupação com os recursos humanos e exploração consciente dos recursos naturais.

A manhã na fazenda em Machadinho D'Oeste, a 350 quilômetros de Porto Velho, começa com Giocondo Vale ou Gil, como é mais conhecido, dividindo as responsabilidades. Cada um deve ficar consciente do trabalho que tem a fazer.



Há 25 anos, ele sempre procurou investir cada vez mais na propriedade e hoje tem 1,6 mil hectares de terra, onde trabalha com três atividades básicas: lavoura, pecuária e floresta.



Nada se queima. A renovação da pastagem é feita com técnicas de reaproveitamento de solo, com trator, calcário e adubação. O pasto verdinho é alimento para 830 cabeças de gado de corte, a maioria nelore. Por toda a propriedade, não se vê lixo no chão e a coleta é seletiva.



Nada é desperdiçado. O óleo queimado das máquinas agrícolas é guardado em tonéis e usado para pintar postes de madeira e porteiras e para lubrificar motoserras. Os vasilhames dos agrotóxicos também são separados.



A fazenda tem o maior plantio individual de castanheira do país. São 11 mil pés. A plantação é registrada na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental, o que dá legalidade para o corte das árvores no futuro. Mas essa não é a intenção. A intenção é explorar a castanha.



Ao todo, 249 hectares da fazenda são Áreas de Preservação Permanente, respeitadas, com uma cerca impedindo que o gado avance na APP.



Para Gil, o mais importante é o recurso humano. Ele tem sete funcionários, que considera parceiros, inclusive nas decisões. Tudo é normatizado e decidido em grupo através de uma reunião por semana.



Há um ano, a propriedade passou a fazer parte do Programa de Boas Práticas Pecuárias para Gado de Corte (BPA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), um conjunto de normas e procedimentos que garantem a rentabilidade, a sustentabilidade e a competitividade.


Com a orientação de técnicos e a supervisão da Embrapa, Gil sistematizou a propriedade. Melhorou o que precisava e estabeleceu metas.



No primeiro ano, a fazenda já recebeu o certificado ouro da Embrapa, título máximo que apenas 10 produtores rurais do país ganharam desde 2011. Isso significa que a propriedade atendeu 100% dos itens obrigatórios nos 12 pontos críticos que fazem parte do programa.



A fazenda é a única que participa do BPA em Rondônia, uma das ferramentas que ajudam na exportação de carne. Rondônia exporta para 31 países.



Ao todo, 58 hectares da propriedade são destinados ao reflorestamento. Além da castanheira, outra árvore usada é a teca, considerada nobre por ser matéria-prima na fabricação de móveis finos e na indústria naval.


Fonte:Globo Rural

Autor / Fonte: Rondoniavip

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