Estupro de jovem de 16 anos no Rio "está provado", diz delegada

Coletiva de imprensa dos investigadores da polcia Civil responsveis pelo caso de estupro coletivo de uma menor no Rio

A delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), afirmou categoricamente nesta segunda-feira que há provas suficientes de que a adolescente C. B., de 16 anos, foi vítima de estupro no Rio. Em coletiva de imprensa, a delegada confirmou que o resultado do exame de corpo de delito, feito tardiamente, não aponta indícios de violência, mas que isso não é determinante para atestar a ocorrência do crime. Também nesta segunda-feira, dois suspeitos foram presos: Lucas Pedorno, de 20 anos, e Raí Souza, de 18 anos. Outras quatro pessoas tiveram a prisão decretada e estão foragidas.

"Na minha convicção houve estupro. O vídeo mostra o rapaz manipulando a menina. O estupro está provado. O que eu quero provar agora é a extensão desse estupro, quem e quantas pessoas o praticaram, uma, dez, ou trinta e três", disse a delegada, que assumiu ontem a condução do caso, no lugar de Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), criticado pela jovem por tentar "incriminá-la".

De acordo com a lei nº 12.015, de 2009, o crime de estupro configura-se por "constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso". Ou seja, não é preciso que haja a consumação do ato para que o caso seja enquadrado como estupro. Por isso, o vídeo, que mostra um homem tocando na genitália da garota visivelmente desacordada, já é prova cabal do crime. Se o ato for praticado contra menores de dezoito anos, a pena para o agressor é de 8 a 12 anos de prisão.

O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, corroborou a declaração da delegada, dizendo que os vestígios do abuso podem ter se perdido com o tempo. "Não recolhemos os indícios de violência. Isso não quer dizer que não houve. O laudo só não pode concluir tecnicamente. Os vestígios se perderam e essa não colheita [de provas] pode ter acontecido por causa do tempo decorrido", afirmou Veloso. Da ocorrência do crime até a realização do exame, passaram-se cinco dias, de acordo com a perita do Instituto Médico Legal (IML) Adriane Rego.

A perita explicou os motivos pelos quais os indícios de violência podem não ter sido detectados no exame. Segundo ela, o próprio organismo destrói os espermatozoides em até 72 horas após o ato sexual. Outro fator é que a vítima estava desacordada na hora do crime e, por isso, não ofereceu resistência.

Nesta manhã, a Polícia Civil deflagrou uma operação para prender seis suspeitos de envolvimento no estupro, seja por participar do ato em si ou por divulgá-lo nas redes sociais. Por enquanto, apenas um foi preso, Raí de Souza, de 18 anos.

 

http://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/estupro-de-jovem-de-16-anos-no-rio-est%C3%A1-provado-diz-delegada/ar-BBtF1qA?li=AAggXC1

Autor / Fonte: VEJA.com

Leia Também

Comentários