Após a operação surpresa que terminou com a prisão de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, e outros executivos da Fifa na Suíça, a Justiça dos Estados Unidos garantiu que esse é apenas o início de uma investigação maior, que visa acabar com a corrupção no esporte mais popular do mundo. Em coletiva em Nova York, representantes do Departamento de Justiça norte-americano e do FBI garantiram: o objetivo é "limpar de vez o futebol".

 

"Esses esquemas não são novos, acontecem há mais de 20 anos e estamos aprendendo como funcionam. Quero deixar uma coisa clara: esse é o começo do nosso trabalho, e não vamos parar por aqui. Trabalharemos muito duro parar chegar ao fundo desse tipo de corrupção e limpar o futebol mundial", bradou Kelly Currie, promotor federal de Nova York.

 

"Ninguém jamais sairá impune. Prometo que em algum momento vamos esclarecer tudo o que acontece. Muitas pessoas se envolvem nesse tipo de prática pensando que vão se dar bem, mas não será assim. Estamos atrás de desmembrar os esquemas e não iremos descansar até o momento que o mundo entenda que esses esquemas não serão tolerados e serão castigados com todo o rigor da lei", acrescentou James Comey, diretor do FBI.

 

Além das investigações criminais, a Fifa e diversos dirigentes também entrarão na lupa da Receita Federal dos Estados Unidos, que já está atrás de propriedades compradas na jurisdição norte-americana.

 

"Essa é a Copa do Mundo da corrupção, e hoje a Fifa levou o cartão vermelho. Continuaremos trabalhando com todos os nossos melhores investigadores ao redor do mundo para limpar tudo e fazer com que joguem com as regras do jogo", disparou Richard Weber, investigador da Receita.

 

 

Entenda o caso

A dois dias da eleição para a presidência, um terremoto sacode a Fifa. Na madrugada desta quarta-feira, horário brasileiro, uma operação especial das autoridades suíças, sob liderança do FBI, prendeu sete executivos importantes da entidade sob a acusação de corrupção, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da CBF. O grupo dos detidos será extraditado para os Estados Unidos a fim de uma maior investigação sobre o assunto na federação mais importante do futebol mundial.

 

 

Segundo nota oficial do Departamento de Justiça norte-americano, 14 réus são acusados de extorsão, fraude e conspiração para lavagem de dinheiro, entre outros delitos, em um "esquema de 24 anos para enriquecer através da corrupção no futebol". Sete deles foram presos na Suíça. Além de Marin, Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel. Um mandado de busca também será executado na sede da Concacaf, em Miami, nos EUA.

 

 

O brasileiro J.Hawilla, dono da Traffic, conhecida empresa de marketing esportivo, é um dos réus que se declararam culpados, assim como duas empresas de seu grupo, a Traffic Sports International Inc. and Traffic Sports USA Inc. Em dezembro de 2014, segundo a justiça dos EUA, ele concordou em pagar mais de 151 milhões de dólares, sendo que US$ 25 mi foram pagos na ocasião. As acusações são de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução de justiça.

 

 

Além de Hawilla, também se declararam culpados o norte-americano Charles Blazer, ex-secretário-geral da Concacaf e ex-representante dos EUA no Comitê Executivo da Fifa; Daryan e Daryll Warner, filhos do ex-presidente da Fifa Jack Warner.

 

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