Esgrimista húngara tem naturalização brasileira suspensa

 

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A esgrimista húngara Emese Takács teve a naturalização brasileira suspensa porque teria conseguido a cidadania sem cumprir alguns requisitos necessário -teria forjado um casamento no Brasil, não falaria língua portuguesa e nem sequer teria passado tempo suficiente do país para conseguir o documento, por exemplo.

Por e-mail -em português, apesar das perguntas terem sido feitas em inglês-, Emese disse à reportagem que descobriu que a cidadania foi suspensa através de um jornal.

"Eu não foi sequer notificado. Eu realmente não sei o que aconteceu e por quê", disse. "Não tenho nenhuma defesa porque eu não sei o que a acusação é", completou.

Na quarta-feira (6), a Justiça Federal suspendeu a naturalização da atleta, que havia sido convocada para equipe feminina de espada há cerca de dois meses.

Questionada se tinha alguma mágoa com o Brasil ou as atletas da seleção, a húngara mostrou ressentimento.

"Sempre acreditei que só tem que lutar na pista. Eu ganho lá. Eu não tenho nenhum problema com ninguém e eu estou muito triste com outros atletas por fazer isso contra mim", respondeu.

Ela disse que não irá assistir aos Jogos no Rio porque não pode se dar a "esse luxo". "Nós somos pobres. Eu estava fazendo empregos a tempo parcial para conseguir dinheiro para ir para os competições e para bilhetes para hotéis. Minha possível patrocinador também recuou quando os jornais foram emitidas. Eu não tenho dinheiro para voltar para o Rio", afirmou Emese, que disse que vai contratar um advogado no país.

"Sei que ela não tem condições financeiras para se defender. Eu tinha um acordo com ela até os Jogos, hoje sou um amigo com quem ela chora. Dei um suporte moral, além do técnico. Torço para que ela resolva tudo isso porque ela é uma grande atleta e uma grande esgrimista. Mas ela tem que se defender, agora é a vida dela", comentou ex-técnico de Emese no Brasil, Evandro Oliveira.

BRASIL NOS JOGOS

A esgrimista Amanda Simeão, 22, estava classificada como reserva para os Jogos do Rio, mas decidiu entrar na disputa fora do esporte para ir à Olimpíada como titular.

Primeiramente, o técnico de Amanda, Giocondo Cabral, foi autor da ação pedindo o cancelamento do processo de naturalização de Emese, que fora convocada para a seleção olímpica do Brasil por ser a terceira do ranking nacional.

Hoje, Amanda está confirmada como titular na Olimpíada do Rio e já compete no dia 6 de agosto, um dia após a cerimônia de abertura. Katherine Miller foi convocada no lugar da húngara e está inscrita como reserva da equipe de espada. Emese está fora dos Jogos.

"Desde o começo eu me mantive confiante. Sempre tive certeza que ela [Emese] estava errada, e eu mantive minha cabeça na Olimpíada. Hoje não penso mais nela. Consegui provar que eu não estava louca. Eu sabia que não estava, mas talvez os outros pudessem pensar que eu estava louca. Meu medo era que tivesse o jeitinho brasileiro. Hoje tenho orgulho que meu país conseguiu mostrar a verdade", disse Amanda à reportagem.

A seleção brasileira de espada na Olimpíada terá, além de Amanda e Katherine (que é nascida nos EUA, filha de brasileiro), Rayssa Costa, Nathalie Moellhausen (nascida na Itália, filha de brasileira).

Amanda está confiante em uma medalha, por equipes, não individualmente."Acredito que possa medalhar por equipe. Acredito muito no terceiro lugar. A gente vem demonstrando resultado. Quase ganhou dos EUA, que medalhou em Londres-2012. Acredito que a disputa pelo pódio vai ficar entre Rússia, China, Romênia e Estônia. Já jogamos e nunca ganhou de nenhuma delas, mas chegamos perto. Na Olimpíada a torcida ajuda muito, pois nosso esporte é mental. Se vibrarem nos nossos toques, a adversária sente", analisa a atleta paranaense.

Amanda é curitibana mas se formou na esgrima treinando na Europa.

Primeiramente ao morar dos sete aos 14 anos na Itália, potência mundial no esporte. E, depois, por três anos e meio, em Paris, treinando com o francês Daniel Levavasseur, um dos melhores e mais vitoriosos do mundo. Hoje, ele comanda a equipe de espada da China, mas deve voltar a trabalhar com a brasileira após a Rio-2016, independentemente do resultado da brasileira.

"Na Olimpíada, tudo pode acontecer, mas tenho 22 anos só, sou a mais nova da minha modalidade e vou encontrar adversárias muito fortes. Estou muito confiante na medalha por equipes. No individual, vou estrear, vai ser bom para ver como é. Pois vários atletas enlouqueceram com a Olimpíada, torcida e tudo. Essa primeira vez em casa vai ser bacana para Tóquio-2020", conclui Amanda. Com informações da Folhapress. 

Autor / Fonte: Esporte ao Minuto

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