Editorial – Praticamente ilhado, Hildon absorve as críticas enquanto vereadores lavam as mãos para Porto Velho

Editorial – Praticamente ilhado, Hildon absorve as críticas enquanto vereadores lavam as mãos para Porto Velho

Porto Velho, RO – É claro que, mais dia menos dia, as pessoas chegariam à conclusão de que Administração Pública não se compara à gestão privada. Durante a campanha de 2016 na corrida apertadíssima pela Prefeitura de Porto Velho, muitas promessas foram feitas: não apenas pelo atual prefeito Hildon Chaves, PSDB, obviamente, mas a crucial diferença é que ele, diferentemente de seus adversários, fora eleito à cadeira do Tancredo Neves.

Chaves foi um fenômeno. Saiu do desconhecimento absoluto perante o eleitorado ao status surpreendente de homem público perfeito, o não político, longe do carreirismo eletivo. Com isso, recebeu apoio espontâneo de parte significativa da população, cansada, e com razão, das mesmíssimas figuras carimbadas no Poder. Entretanto, mesmo o melhor dos cafés também tem borra.

Ou seja, com a horda das manifestações aderindo à causa do tucano ingressaram, no mesmo ônibus da oportunidade, vereadores e outras pretensas autoridades, esgueirando-se na maciota a fim de surfar na onda enorme de popularidade desencadeada após o peessedebista entrar de corpo e alma no primeiro turno, de onde saiu em primeiríssimo lugar, diga-se de passagem.

Pouco mais de um ano após a posse – e em ano de eleição, o quadro está completamente desfigurado se comparado ao mesmo período de 2017.

Entre os 21 vereadores da Capital, um ou dois se destacam pelos trabalhos, cobranças, fiscalização permanente e dedicação diuturna ao ofício – o mínimo exigido pela sociedade aos que desejam ocupar a vereança. O restante, que, vá lá, até rendia uma coisa ou outra enquanto batia no gabinete do prefeito de pires na mão agora é caso perdido; não serve à oposição porque nasceu à base da subserviência e do amém.

Lembre-se, todos os vereadores recebem um salário de R$ 12.750,00, exceto o presidente, cuja renda mensal chega a R$ 18.991,68 por conta da gratificação de representação. Num único mês, os edis custam aos cofres públicos exatos R$ 273.991,68; em doze, R$ 3.287.900,16 – sem contar décimo terceiro e outras montas agregadas aqui e acolá. Em quatro anos, período de um mandato inteiro, 21 vereadores irão custar aos porto-velhenses a singela bagatela de R$ 13.151.600,64.

Resumidamente, a Câmara de Vereadores também tem responsabilidade a arcar enquanto a gestão de Chaves amarga duras críticas de maneira isolada.

O maior erro de Hildon foi não ter cumprido a promessa de formar um secretariado técnico. Falta, ainda, uma equipe competente, capaz de desenvolver todos os projetos e ideias garantidos lá atrás pelo ainda candidato.

A coisa anda tão ruim que até o que vai bem tem de ser exaltado pela oposição, a exemplo do circuito apresentado pelo Carnaval 2018 em Porto Velho. E advinha só quem não estava lá para colher os louros de um trabalho bem feito? Pois é!

Chaves sentiu o baque da realidade e agora sabe como a banda toca. Cabe a ele, a partir disso, começar a tomar as decisões corretas e atrair gente comprometida para formar – mesmo tardiamente – o secretariado técnico, uma gestão eficaz.

É preciso, também, separar o joio do trigo. Se divorciar de vereadores que querem tirar selfie e transmitir lives ao seu lado enquanto buracos são tampados nas ruas, mas que, longe das câmaras, apunhalam o “aliado” pelas costas fazendo o possível e o impossível para denegri-lo.

Inclusive gente do próprio partido, o PSDB. Sem contar, ainda, os que jogam lá e cá – os piores entre os piores. Enquanto perdura essa guerra por espaço, poder e influência, onde Chaves continua rico e seus adversários prosperam em cima de seus erros e acertos, quem perde, logicamente, é a população. Ainda há tempo para reagir!

 

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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