Porto Velho, RO – A legislação brasileira registra quando, oficialmente, o período eleitoral pode começar de fato, incluindo aí a própria campanha, as propagandas, bordoadas, debates e por aí vai.
Mas aqui em Rondônia a peleja já começou com a boa e velha sanha conservada por adversários cuja concepção, há muito, denota uma política rasteira de ataques e ofensivas deliberadas.
A culpa não é estritamente deles, pois a massa que registra o voto através do botão verde nas urnas embora viva a exigir um embate sério de propostas e ações é a mesma que urra a cada bofetada pretensiosamente retórica praticada pelo candidato de sua preferência.
É retrato do mais do mesmo antecipado.
O ex-governador Confúcio Moura (MDB), por exemplo, mal renunciou e já levou duas pancadas do senador Ivo Cassol, do PP. O progressista o denunciou em ocasiões distintas. A primeira, quando relatou no Senado Federal que o emedebista promoveu licitação milionária a fim de utilizar contêineres como salas de aula em Rondônia; e a segunda, mais recente, ao expor a ressuscitação da dívida impagável do Beron no valor extraordinário de R$ 8 bilhões – a ser quitada até 2048 pelo povo rondoniense.
Confúcio, que não é de dar trela a denúncias, respondeu em vídeo ao senador – sem mencionar seu nome – indicando que o informe relacionado à quebradeira financeira do Estado seria, na realidade, responsabilidade de Cassol, do presidente da República e de outros congressistas. O ex-chefe do Executivo indicou, ainda, que a notícia propagada pelo adversário seria falsa. “Pega essa notícia e...”, declarou à ocasião.
O manifesto, claro, teve tréplica quando Cassol resolveu expor os documentos que, teoricamente, corroboram com suas alegações.
E daí em diante Moura ficou vulnerável, já que, ontem mesmo, foi cobrado pelo presidente da Assembleia Maurão de Carvalho (MDB) pela contratação e custeio no valor de R$ 1,7 milhão de uma empresa de São Paulo que, segundo o deputado, jamais pôs os pés em Rondônia.
A empresa de consultoria ambiental, de acordo com Maurão, teria recebido quase R$ 2 milhões do Estado de Rondônia para apresentar dados que corroborassem com a criação das 11 reservas de preservação instituídas através de decreto pouco antes de o ex-governador renunciar.
Claro, não há santos e quem não tenha rabo para ser pisoteado. O próprio Cassol e o senador Acir Gurgacz (PDT) foram condenados neste ano pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e seus concorrentes farão o possível e o impossível para explorar os fatos a fim de desgastá-los.
Confúcio, obviamente, não será o alvo-mor. Até porque não é mais candidato ao Palácio Rio Madeira. Entretanto, como já observado, não passará incólume pelas balas da artilharia pesadíssima de todos os pretensos candidatos.
É só o pontapé inicial da balbúrdia eletiva.
Autor / Fonte: Rondoniadinamica
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