Dinheiro e diferença de tempo na televisão mostram a verdadeira cara da democracia



Porto Velho, RO –
A cada dois anos o povo brasileiro é convidado – na verdade é obrigado mesmo – a se dirigir às urnas para escolher seus representantes na política. Quando começam as movimentações na época de eleição a população é bombardeada com propagandas institucionais na televisão falando sobre dever cívico e do quão importante a nossa democracia é.

Uma palavra de conceito muito frágil no Brasil porque, a partir da obrigação de votar, o cidadão começa a ver cerceado o seu direito de escolher o que realmente quer. Mas isso é só a ponta do iceberg.

A fragilidade do contexto democrático em terras tupiniquins se deve também a outro fator: candidatos com poder aquisitivo menor do que o dos detentores de poderio econômico que alguns casos até passam os seis dígitos na cifra declarada, já começam perdendo a disputa.

Enquanto uns imprimem “santinhos” a rodo e acabam com a cidade num mar de sujeira, outros, mais simples, têm de se virar para alugar um aparelho de som, emendá-lo numa bicicleta e pedalar, pedalar, pedalar e pedalar.

Na maioria dos casos esses candidatos que precisam se esforçar para levar sua mensagem são ignorados ou até mesmo expurgados pelas pessoas que não querem ouvir som alto e gritaria na porta de suas casas – ainda que tenham razão.

É realmente um incômodo maldito.

Mas infortúnio ou não, a citação serve para demonstrar que muitos são perdedores antes mesmo de começar o período eleitoral. E não adianta usar frases feitas como “o importante é competir” ou “se não se candidatar não tem como ganhar” para tentar amenizar a realidade.

Os ricaços apelam na publicidade. Fora os “santinhos” ainda espalham cartazes pela cidade, placas nos canteiros e, como se tornam onipresentes, é bem capaz de os sujeitos ainda darem as caras em sua residência para pedir pessoalmente sua colaboração amiga.

Tirando tudo isso ainda há a lei eleitoral e o duvidoso critério para a divisão do tempo destinado a cada candidato na televisão para apresentar propostas.

Se o candidato “A” tem seis minutos para falar o que bem entender, por que o pleiteante “B” não pode ter o mesmo tempo? Explicações estapafúrdias e legalistas brotarão aos montes, principalmente abordando a questão das coligações e todo o bla bla bla que todo mundo já conhece de cor e salteado.

Isso é justo? É democrático? É, pelo menos, moral? A resposta para as três perguntas é um grandessíssimo e sonoro (tente ouvi-lo) NÃO!

Coitado do seu Chiquinho da Bicicleta. Jamais vencerá o João do Latifúndio...

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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