Crítica do filme "Irmã Dulce"

Irmã Dulce

Irmã Dulce

Brasil , 2014 - 87 min
Drama

Direção:
Vicente Amorim

Roteiro:
L.G. Bayão e Anna Muylaert

Elenco:
Regina Braga, Bianca Comparato, Amaurih Oliveira, Patrícia Oliveira, Zeca de Abreu, Malu Valle, Gracindo Junior, Zezé Polessa

Regular

Irmã Dulce, Dulce dos Pobres, Anjo Bom da Bahia ou Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes. Diga qualquer um destes nomes aos cidadãos da Bahia, e a maioria a conhecerá como uma das figuras mais importantes que já existiram no Estado. Irmã Dulce foi uma freira que, desde sua juventude, dedicou sua vida a cuidar dos mais pobres e doentes, que não conseguiam auxílio por conta própria.

Irmã Dulce (2014), de Vicente Amorim (Um Homem Bom, Corações Sujos), relata, desde a sua primeira cena, a relação que Dulce teria com os seus "filhos", como ela mesmo chamava. Uma jovem acompanhada da mãe (Glória Pires, em participação especial), observa vários moradores de rua se estapeando para conseguir algumas migalhas de comida.

O filme da um salto para a freira em sua juventude, interpretada pela competente Bianca Comparato, que nos passa com convicção o seu carinho pelo ser humano e marca a primeira fase do longa. Vemos Dulce enfrentando um rapaz armado para poder salvar uma criança doente, seus problemas com as regras da Igreja por não poder sair durante a noite para socorrer alguém e até mesmo conflitos com a própria lei. A fragilidade da freira - que adoeceu no contato com os enfermos - é muito bem interpretada por Bianca.

Já na segunda fase, interpretada por Regina Braga, o filme tenta justificar a imagem imaculada que Irmã Dulce recebeu do povo baiano e, após a sua morte, da própria Igreja Católica. Enfrentando resistência contra seus atos dentro da sua própria congregação, representada na imagem da Madre Provincial (Irene Ravache), o longa força a mão em cenas como o resgate de seu protegido, João (Amaurih Oliveira), e no encontro com o Papa João Paulo II.

Momentos emocionantes não faltariam na vida de Irmã Dulce, mas o roteiro de L.G. BayãoAnna Muylaert não conseguem construí-los, em alguns momentos, de maneira convincente. No final, o filme cumpre o seu objetivo: homenagear uma das grandes figuras brasileiras e que deixou uma obra para ser lembrada por muitos anos, enfretando barreiras sociais e religiosas.

 

 

omelete.uol.com.br/cinema/irma-dulce-critica/#.VHeKysmEz5M

Autor / Fonte: Omelete

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