‘Criança não ‘evapora’. Caso deve ser investigado como sequestro’, diz perito do Rio de Janeiro sobre bebê Nicolas Naitz; dossiê foi protocolado na PF


Rildo, investigador, com a mãe da jovem Jennifer Tifany Veiga Pires, desaparecida / Foto: Divulgação

POR VINICIUS CANOVA

Porto Velho, RO – O caso do bebê Nicolas Naitz tornou-se célebre nas páginas policiais do Estado de Rondônia por conta de sua sucessão de mistérios e perguntas ainda não respondidas.

Tudo começou no dia 22 de maio de 2014, quando a criança veio ao mundo. De lá para cá, reviravoltas e inúmeras incógnitas no ar mantêm a ânsia da família e a vontade incessante em saber o que houve, já que as investigações promovidas pela Delegacia de Homicídios não foram suficientes para aplacar suas dúvidas, seus questionamentos.

Após mais de quatro anos buscando respostas, a mãe da criança, Marciele Naitz Sampaio Pereira, hoje com 21 anos (à época tinha apenas dezessete), recebeu a indicação de uma amiga; na visão dela, Marciele deveria entrar em contato com um investigador do Rio de Janeiro, perito especialista em apurações criminais envolvendo abuso sexual infantil e também pessoas desaparecidas.


O dossiê do caso Nicolas tem quase 300 páginas / Foto: Divulgação

Rildo Silveira se dispôs a trabalhar gratuitamente no intuito de corroborar com a elucidação dos fatos em torno do paradeiro de Nicolas. Ele é cadastrado na Assistência Judiciária Gratuita (AJG), vinculada à Justiça Federal.

Também é agente de investigação antipedofilia; membro da Comissão de Crimes Cibernéticos da Academia Brasileira de Ciências Criminais (ABCCRIM); investigador profissional com registro internacional na World Association of Professional Investigators (WAPI), sediada em Londres, Reino Unido. Além disso, tem especializações em investigação contra pedofilia; técnicas de buscas de pessoas desaparecidas e, por fim, em investigação civil e criminal pelo Instituto Bechara Jalkh, instituição que leva o nome do mais famoso detetive particular do Brasil, apelidado de “Sherlock Holmes brasileiro”.

Nesta quinta-feira (28), Silveira protocolou um dossiê do caso Nicolas na sede da Polícia Federal do Rio de janeiro. Com quase 300 páginas, o investigador compilou dados e o histórico do sumiço, com todas as variáveis – incluindo uma especifica, não investigada profundamente em 2014.


Marciele Naitz comemora aniversário de Nicolas todo o dia 22 de maio / Foto: Divulgação

Em exclusiva ao Rondônia Dinâmica, o perito disse:

“O caso do Nicolas não deve ser investigado como desaparecimento. Tudo o que foi feito até aqui seguiu a linha de negligência hospitalar, equívoco de empresa terceirizada e etc. Até hoje ninguém seguiu um critério investigativo com preocupação exclusiva à criança. Criança não ‘evapora’. A criança pode ter sido, sim, sequestrada, levada”, destacou.

Segundo Tavares, o dossiê também está nas mãos do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID), ferramente do Ministério Público sediada no Rio. 

"O PLID atua em todo o território nacional. A sede é no Rio, o dr. André é o promotor, o chefe. Eles abrem inquérito inclusive se o caso for em Rondônia. Se o programa existir em Rondônia, é feito no próprio Estado. Se não tiver, aqui mesmo no Rio. Amanhã (29) tenho encontro lá no Ministério Público, onde vou passar o número do protocolo que registrei na Polícia Federal. O programa fará um cruzamento de dados junto com as informações da Polícia Federal", concluiu. 

O Rondônia Dinâmica está reunindo informações detalhadas para uma reportagem especial sobre o caso envolvendo entrevistas com pessoas que trabalharam nele, situações não expostas ao público e novos questionamentos também sem respostas até aqui.


Dossiê com o protocolo da Polícia Federal / Foto: Divulgação

Autor / Fonte: Vinicius Canova / Rondoniadinamica

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