BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu nesta segunda-feira que o Ministério Público (MP) tenha mais independência em relação à Polícia Federal (PF) em seus trabalhos de investigação. Também destacou que, ao longo dos últimos dois anos, reestruturou a Procuradoria Geral da República (PGR), permitindo conduzir melhor as investigações da Operação Lava-Jato, chamada por ele de "enorme, descomunal, caso de corrupção". Janot, que tenta ser reconduzido para o cargo, participou de debate com outros três procuradores da República que disputam o posto. Ele está à frente da PGR desde 2013 e seu mandato termina em setembro deste ano.

 

— Quando nos deparamos com este enorme, descomunal, caso de corrupção (Lava-Jato), a instituição já não era a mesma de dois anos atrás. As mudanças estruturais realizadas nos permitiram enfrentar a questão com profissionalismo e maturidade — disse Janot.

 

Janot destacou que o Supremo Tribunal Federal (STF), após "atuação direta do procurador-geral da República", reconheceu o poder de investigação do Ministério Público (MP). Em seguida defendeu a criação de um modelo para que os integrantes do MP possam desempenhar melhor seus trabalhos. Foi quando citou a necessidade de mais independência em relação à PF. Na Lava-Jato - que investiga principalmente atos de corrupção na Petrobras, inclusive com a participação de políticos -, Ministério Público Federal e Polícia Federal travaram uma disputa pelo protagonismo das investigações.

— Nós temos agora a responsabilidade de criar um modelo para que possamos desenvolver com profissionalismo e objetividade o nosso ministério. Eu ressaltaria o que foi feito até agora. Nós temos uma atuação preponderante na área federal, na atuação em crimes financeiros e de combate à corrupção e nós temos que trabalhar para que possamos obter maior independência investigatória no que se refere à colaboração da PF - afirmou Janot.

 

O procurador-geral listou várias feitos desde que chegou ao cargo em 2013. Segundo ele, houve uma reestruturação e descentralização dos trabalhos, uma melhora no diálogo com a sociedade e com os demais poderes, além de resultados mais satisfatórios na repatriação de recursos desviados para o exterior. Pediu também o voto dos colegas para poder continua avançando.

 

Os integrantes da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vão participar, no dia 5 de agosto, da votação que levará à escolha do chefe do Ministério Público Federal pelos próximos dois anos. Os nomes dos três mais bem votados serão enviados à presidente Dilma Rousseff, a quem caberá escolher o ocupante do posto. Desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), o nome mais bem posicionado na lista encaminhada pela ANPR tem sido indicado para o cargo.

 

Além de Janot, disputam o cargo os subprocuradores-gerais da República Carlos Frederico, Mario Bonsaglia e Raquel Dodge.

 

www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/corrup%c3%a7%c3%a3o-na-petrobras-%c3%a9-enorme-e-descomunal-diz-janot/ar-AAcibgB