Eu estava na praia há algumas semanas quando testemunhei uma família de três gerações tirando uma selfie em grupo usando um bastão (ou pau) de selfie. Poucos minutos depois, um casal adulto repetiu a cena. E assim por diante. Na verdade, quase nenhum lugar escapa dele.


De onde veio o pau de selfie?

"Aparato para apoiar uma câmara e método para utilizar o aparato", patente apresentada em 2006 por Wayne G. Fromm.

O problema com os processos jurídicos de Fromm, como detalha a NYMag, é que você não pode patentear uma ideia genérica: "imitações" simplesmente baseados no mesmo conceito geral não necessariamente infringem uma patente específica.

Patentes do bastao de selfie

© Fornecido por Gizmodo Patentes do bastao de selfie

"Braço retrátil de câmera", patente solicitada por Michael Daoud e John R. Stump em 2006.

Na verdade, o século XX teve diversas versões do pau de selfie. Esta patente de 1988 descreve um bastão portátil para câmeras de vídeo, que permite gravar de cima e observar as imagens em um monitor remoto:

Patentes do bastao de selfie (3) © Fornecido por Gizmodo Patentes do bastao de selfie (3)

E claro, existem os monopods, bastões que ajudam a estabilizar a imagem de SLRs (ou DSLRs) sem precisar de um tripé. Eles permitem tirar fotos do alto - de uma multidão, por exemplo - e também para tirar selfies.

Primeira selfie © Fornecido por Gizmodo Primeira selfie

Muito antes de câmeras digitais existirem, o bastão de selfie já rondava o mundo. Há algumas semanas, a BBC perguntou: "esta foto de 1925 mostra o primeiro 'bastão de selfie'?". Era uma foto tirada há 90 anos por um casal, aparentemente por uma câmara montada na extremidade de uma vara.

Por isso, os fotógrafos de selfie teriam que usar um disparador remoto, como um cabo, ou então - como Arnold Hogg aparentemente fez - construir seu próprio dispositivo.

A melhor perspectiva é de cima

Somos bombardeados em toda parte por imagens de oportunidade e de fuga; as próprias circunstâncias de uma vida humana livre e significativa se tornaram caleidoscópicas, vertiginosas. Sob estas condições, definir a própria realidade tornou-se incerto. São necessárias novas formas de instrução e novos meios de orientação.

Pau de selfie na feira de tecnologia CES

Na última década, o paradigma dominante em tecnologia é tentar descobrir como o nosso mundo real e a nossa vida nas telas deveriam (ou não) se conectar. O Google Glass, por exemplo, permite gravar o mundo real e interagir com o digital, mas provou-se uma forma complicada de fazer algo simples. (Ele deixará de ser vendido e será reformulado, desta vez de forma secreta.)

Por outro lado, o bastão de selfie resolve um problema complexo - que grandes empresas de tecnologia falharam em resolver - com a solução mais idiota e mais lógica que há. Ao contrário do Google Glass, de smartwatches, drones, e quaisquer outros meios visíveis de colocar o mundo real na internet, o bastão de selfie é um objeto anônimo, quase descartável, cujo produto real é a imagem que ele facilita criar. Ele nos permite tirar fotos de nossa vida real, por mais bobas ou sensacionais que sejam.

Quem usa pau de selfie talvez pareça meio tonto para os outros, mas pelo menos está sendo honesto.

Patentes do bastao de selfie (1) © Fornecido por Gizmodo Patentes do bastao de selfie (1) Patentes do bastao de selfie (2) © Fornecido por Gizmodo Patentes do bastao de selfie (2) Bastao de selfie em 1995 © Fornecido por Gizmodo Bastao de selfie em 1995 Selfie no topo de edificio © Fornecido por Gizmodo Selfie no topo de edificio Selfie na feira CES © Fornecido por Gizmodo Selfie na feira CES © Reprodução