Cineasta vencedor de festivais passa feriado em Pimenteiras

Encontrei Amauri Tangará curtindo com a família o feriado de carnaval em Pimenteiras, mais precisamente na Pousada do Renato, irmão do cineasta. Entre um papo e outro, conversamos sobre projetos futuros, inclusive sobre a possibilidade de documentar a tradicional Festa do Divino, o Forte Príncipe da Beira e o Vale do Guaporé.
 
Tangará é diretor, ator e dramaturgo. Natural de Paranavaí, no Paraná, tem vasta experiência em teatro onde atua há quase duas décadas. Em 1989, deixou a Globo para se dedicar exclusivamente ao teatro e ao cinema. Em 1997, estreou como diretor no média-metragem “Pobre é quem não tem jipe” (prêmio revelação no Festival de Brasília) e em 2004 filmou o seu primeiro longa: “A oitava cor do arco-íris”. No ano seguinte,  dirigiu outro longa: “Ao sul de setembro”. Amauri mora e trabalha no Mato Grosso, na região de Chapada dos Guimarães. Já filmou algo sobre o Guaporé, um curta-metragem: “Guaporé - Caminho do divino”.
 
No Mato Grosso, o cineasta mantém a oficina de cinema Terceiro Olhar. Com a Companhia de Teatro Faces, filmou “A Bailarina e o Astronauta”, resultado de um roteiro coletivo e atores formados na Terceiro Olhar. O cineasta prefere trabalhar com jovens talentos revelados por sua oficina a atores consagrados. O roteiros geralmente nascem de histórias locais, lendas e crenças populares. Amauri conta que já encontrou vários talentos nesse meio, tanto na atuação como em outras atividades da sétima arte.
 
No filme de estreia de Amauri Tangará, “Pobre é quem não tem jipe”, o cineasta venceu mais de 23 festivais nacionais. Trabalhou com grandes nomes do teatro e da televisão, como Regina Duarte, Lilian Cabral e Marília Pera. Mesmo diante de tantas atividades, Tangará ainda encontra tempo para apresentar a peça “Cafundó, onde o vento faz a curva”, pela Companhia de Artes do Brasil, onde encena sozinho um painel da cultura cabocla brasileira, “fruto de mais de vinte anos de andanças e investigações. Lendas, causos, crendices populares, rituais indígenas, festanças religiosas, apresentados numa verdadeira “roda de prosa”. Isso tudo alinhado e entremeado com gostosas e autênticas canções caboclas e pontilhado de viola de nunca mais se esquecer.
 
Além de Renato Pereira, Amauri tem outros irmãos morando na região de Pimenteiras: Márcio, dono de uma pousada e Roberto Bettini, o “Dengue do Xou da Xuxa”, assistente de palco do programa infantil que foi exibido na Globo e apresentado por Xuxa Meneghel na década de 1990. Roberto é produtor cultural.
 



Fonte: Fotos: Aparecido da Silva
Autor: Vitor Paniagua

Autor / Fonte: Folha do Sul

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