Chuvas devem se manter acima da média no mês de março

As chuvas no Sul do Amazonas, Acre e Oeste de Rondônia ficarão acima da média do período. Esse foi o entendimento de consenso para o próximo trimestre, da reunião realizada entre os meteorologistas dos três centros regionais do Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), localizados em Belém, Manaus e Porto Velho. O encontro é realizado mensalmente por videoconferência e serve como base para divulgação do Boletim Meteorológico do órgão.


 
De acordo com Marcelo Gama, Meteorologista do Centro Regional de Porto Velho, no mês de março e parte de abril a previsão é de chuvas acima do padrão climatológico nos dois estados de abrangência do Centro Regional do Sipam em Porto Velho, com impacto direto sobre as bacias do Rio Madeira e o Estado do Acre. Nas demais regiões (restante do Estado de Rondônia e do Mato Grosso) as chuvas ficam dentro da normalidade. “Especialmente neste mês, as chuvas no Acre devem continuar acima do esperado, fazendo os rios continuarem altos por lá. Nas duas próximas semanas devem cair volumes de chuva maiores nas regiões dos rios Juruá e Alto do rio Purus. Os modelos meteorológicos estão nos mostrando isso”.


 
As condições de oceano continuam dentro da normalidade a ligeiramente acima, segundo análise dos meteorologistas. “Não estamos em uma situação de El Niño, porque é uma diferença muito pequena para essa caracterização. Estamos, portanto, mais próximos do padrão de normalidade. As águas do Oceano Atlântico Subtropical Sul estão bastante aquecidas e isso é desfavorável ao transporte de umidade aqui da Amazônia para a região Sul e Sudeste do País. E essa água, pelo fluxo normal que tem, vai cair em aqui mesmo, e o que temos observado é que tem se precipitado mais nessa região do Acre, Noroeste da Bolívia e Sul do Peru”, explica Marcelo Gama.


 
Cheia 2015 – Porto Velho e Rio Branco têm bacias distintas de captação de águas. E embora a chuva que aconteça na região boliviana chegue aos dois estados, há um divisor dessas águas na fronteira entre a Bolívia e Acre, separando as que descem para o Rio Beni e das que correm para o Rio Acre. Como são chuvas muito localizadas e concentradas, a bacia do Rio Acre sente mais rápido o impacto, suas águas sobem mais rapidamente, pois ocupam uma área menor que a do Madeira. Se comparadas, a bacia do rio acreano corresponde a 2% da área ocupada pela bacia do Rio Madeira, que possui mais de 980 mil quilômetros quadrados até chegar à capital rondoniense, enquanto a do Rio Acre totaliza 25 mil quilômetros quadrados.


 
Diante das previsões meteorológicas para o período, a expectativa é que o Rio Madeira continue subindo, em ritmo mais lento ao se comparar ao que ocorreu no ano passado.
 


Sala de Situação – Diante da cheia histórica no Rio Acre e todos os transtornos causados em Rio Branco e outras cidades do Estado, o Sipam disponibilizou um meteorologista para integrar a Sala de Situação montada pelos órgãos da Defesa Civil e pela Secretaria de Meio Ambiente naquela capital.

Autor / Fonte: Rosalia silva/SIPAM

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