Os dois mil metros de fila de caminhões já faz parte do cotidiano há quase duas semanas. A reportagem do FOLHA DO SUL ON LINE esteve conversando, esta semana, com caminhoneiros que aguardam na interminável fila e, apesar de eles preferirem não se identificar, desabafaram sobre a situação.

 

Segundo afirmam os motoristas, há, hoje, cerca de 80 caminhões esperando para serem descarregados. De acordo com esses profissionais, o grande e principal motivo para a fila de espera é o fato de as empresas que recepcionam o grão em Cerejeiras não terem um silo para armazenamento.

 

“A Cargill não tem silo e a gente precisa esperar que os caminhões vão levando a soja daqui para fora, para daí a empresa ir pegando a nossa, que está no caminhão”, diz um caminhoneiro.

 

O outro motivo da fila, segundo um dos caminhoneiros, é que os caminhões que chegam a Porto Velho não estão conseguindo descarregar e embarcar a soja no porto. Um caminhoneiro que conversava com a reportagem pegou o celular e ligou para um colega na capital, que explicou que os carregamentos em Porto Velho também estão “parados”.

 

 

Um dos motoristas também culpou a “greve dos caminhoneiros” pela longa fila de espera em Cerejeiras. “Faltam caminhões para levar essa soja para fora. Nós só transportamos da lavoura até aqui. Daqui para frente são outros caminhões, que estão em greve, eu acho”, disse.

 

 

Sem poder descarregar em Cerejeiras, os caminhoneiros dormem nos caminhões, tomam banho num único banheiro da Cargill e comem marmitex fornecidas por vendedores de um restaurante local.

 

Até o fechamento desta reportagem, não havia expectativa, segundo os caminhoneiros, do fim da fila.

 

O FOLHA DO SUL ON LINE abre espaço para qualquer esclarecimento a respeito por parte dos órgãos envolvidos, incluindo a empresa que recepciona o grão em Cerejeiras.