Cerejeiras: Empresários e voluntários antidrogas discutem fundação de clínica no município

 

O empresário Vanderlei Betoni, presidente da associação que representa a categoria empresarial no município, e o pastor evangélico Gilson Farias, que preside a Ordem dos Pastores de Cerejeiras (Opcer), conversaram com conselheiros antidrogas que já executam um trabalho de prevenção e tratamento de dependência química na cidade.

 

A reunião, ocorrida na manhã de ontem (quinta-feira, 05), na sede da Associação Empresarial de Cerejeiras (Acic), teve como assunto principal a possível implantação de uma clínica de dependentes químicos no município.

 

Alguns dos que estiveram na reunião são membros do Conselho Antidrogas de Cerejeiras (Cadcer), que tem como coordenador o sargento da Polícia Militar no município, Meuquizedeques Oliveira do Carmo, conhecido como Meuqui. Junto com o coordenador, também estavam na reunião Milton Prudente, que já foi vereador em Cerejeiras, e Adnei Lopes, ex-alcoólatra que está há 22 anos sem recair no consumo da bebida, ambos também membros do conselho e idealizadores do projeto da clínica.

 

A manutenção econômica da clínica

 

Aos voluntários, que pretendem montar a clínica de recuperação de dependentes químicos em Cerejeiras, o presidente da Acic levantou a preocupação principal dos empresários. “O comércio de Cerejeiras não tem muitas condições de fazer grandes doações para este fim, visto a grade demanda de recursos para um projeto desta amplitude. Queremos saber como a clínica se sustentará economicamente”, disse Betoni aos conselheiros.

 

Em resposta, o coordenador do Cadcer disse que já existem recursos previstos para a fundação da clínica. “Temos emendas de dois deputados, um estadual e outro federal. Teremos parceria com o governo federal, através de programas de tratamento de dependestes quimos e estamos confiantes que vamos conseguir manter a clínica”, disse Meuquizedeques.

 

Também respondendo ao questionamento do empresariado, outro conselheiro presente na reunião disse que a clínica terá, também, uma produção própria, em que os internos trabalharão num regime de laborterapia. “A clínica terá umas vacas de leite, que já ganhamos; terá também uma horta e uma roça. Dá para produzir alguns alimentos na própria instituição”, explicou Adnei Lopes, um dos voluntários da iniciativa.

 

No encerramento da reunião, o coordenador do Cadcer explicou o perfil de consumo de diversos tipos de drogas no município e a necessidade de ter uma clínica de recuperação em Cerejeiras. “Existem cerca de 5 mil pessoas, de todas as idades, com algum nível de dependência de drogas lícitas (álcool) e cerca de 200 dependentes de drogas ilícitas (maconha, cocaína e crack) no nosso município. São pessoas que estão com a vida desestruturada, precisando de uma mão que os tire daquela situação”, disse o voluntário Meuquizedeques do Carmo.

 

 

O envio de dependentes para outros municípios

 

 

Tanto o presidente da Acic quando o pastor Gilson Farias questionaram se não seria mais viável enviar os dependentes químicos de Cerejeiras para outros municípios para serem tratados em clínicas já estabelecidas em Rondônia.

Em resposta, os voluntários afirmam que a demanda de dependentes químicos no município é maior que a oferta de vagas nos órgãos de recuperação já existentes. “Além disso, é mais difícil conseguir verba para encaminhamento do que para tratamento numa clínica do próprio município”, disse um dos voluntários.

 

Implantação da clínica em Cerejeiras

 

Não foi informado ainda sobre quando a clínica será implantada no município. Mas um terreno já foi doado ao órgão pela prefeitura. O imóvel fica a dois quilômetros da área urbana de Cerejeiras em direção a Corumbiara.

 

Ao FOLHA DO SUL ON LINE, falando sobre o projeto dos voluntários, o presidente da Acic diz ainda o trabalho dos conselheiros é digno de reconhecimento. “Parabenizo os trabalhos e compromisso do conselho com a causa, visto que são raras pessoas que tenham amor a uma missão com um fardo tão difícil.Digo isto em um primeiro momento que tivemos contato, pois estou certo que os voluntários são pessoas do bem”, diz Betoni.

 

 

Fonte: FS
Postado por: Dimas Ferreira
Autor: Rildo Costa
Créditos de Fotos: Rildo Costa

 

 

Autor / Fonte: Folha do Sul

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