Bombeira que tirou fotos sensuais se diz assustada com polêmica do caso

 

Ensaio tinha como objetivo mostrar o empoderamento feminino, de acordo com o fotgrafo (Foto: Reproduo/Facebook)

Ensaio tinha como objetivo mostrar o empoderamento feminino, de acordo com o fotógrafo (Foto: Reprodução/Facebook)

A bombeira Lilian Vilas Boas, que teve a prisão determinada pelo 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros do Paraná depois de participar de um ensaio fotográfico sensual, disse ao G1, nesta quarta-feira (27), que está assustada com a repercussão do assunto. A pena não foi cumprida porque ainda cabe recurso.

Lilian afirmou ainda que prefere não falar muito sobre o acontecido por enquanto, mas acredita que o caso se tornou polêmico por envolver igualdade de gêneros, um assunto que vem sendo debatido bastante ultimamente. A bombeira informou, por fim, que já procurou um advogado e que pretende recorrer da decisão.

Entenda o caso
Lilian participou do ensaio fotográfico em fevereiro deste ano, para um projeto do fotógrafo Arnaldo Belotto. Nas fotos, ela aparecia com parte dos seios à mostra.

Segundo Belotto, as fotos ficaram no site do projeto por menos de 24 horas. "Uma delegada civil do Rio de Janeiro acabou printando as fotos e enviando ao comandante aqui em Curitiba", conta. Desde então, Lilian começou a receber pressão dos comandantes para que as imagens fossem retiradas do ar.

A bombeira participou do ensaio porque algumas amigas dela também já tinham feito fotografias para o projeto de Belotto, que, de acordo com ele, tem o objetivo de exaltar o empoderamento feminino e a beleza das mulheres, sem o uso de técnicas de manipulação de imagem.

Mas a pressão sofrida por Lilian continuou, mesmo após a retirada das fotos do site. "Já fui prestar duas vezes depoimento no quartel", diz o fotógrafo.

Lilian ainda teve que responder pelo processo disciplinar. Segundo a nota de punição publicada em um boletim interno do 7º Grupamento, a punição foi por ela ter exposto "a intimidade e privacidade de seu corpo".

A falta foi considerada média pelos superiores, culminando na pena dos oito dias de prisão. O documento é assinado pela tenente Giselle Machado, que é comandante do grupamento.

Em nota, a Polícia Militar do Paraná informou que não pode se manifestar sobre o caso, pois a bombeira ainda poderá recorrer à corporação para mudar a sanção que recebeu.

Leia a nota da Polícia Militar na íntegra:

"O exercício do poder disciplinar da origem e da solução final do procedimento em relação à bombeira citada se deu no âmbito do 7º Grupamento do Bombeiro, por isso o Comando do Corpo de Bombeiros e o Comando Geral da Polícia Militar do Paraná, se instados em grau de recurso farão a reavaliação sob todas as óticas, seja dos fundamentos da punição ou em relação às suas circunstâncias e dosimetria da pena.

Tanto o Comando do Corpo de Bombeiros quanto o Comando Geral da Polícia Militar do Paraná não podem emitir juízo de valor prévio, pois em algum momento podem ser provocados em grau de recurso".

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Delegada do Rio de Janeiro foi quem denunciou o caso, diz fotgrafo (Foto: Reproduo/Facebook)

Delegada do Rio de Janeiro foi quem denunciou o caso, diz fotógrafo (Foto: Reprodução/Facebook)

Autor / Fonte: G1

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