Apesar das fortes chuvas o atendimento às famílias ribeirinhas está controlado


A Secretaria Municipal de Projetos Especiais e Defesa Civil (Sempedec) continua realizando ações de proteção às populações ribeirinhas, quanto ao aumentos de cotas do rio Madeira em decorrência das fortes chuvas que assolam a região. Segundo informou Marcelo Santos, coordenador da Defesa Civil Municipal, neste ano, não é mais aguardada uma enchente das mesmas proporções da que ocorreu no ano passado. “Estamos monitorando o rio Madeira com a ajuda do Sipam e da Agência Nacional de Águas, a ANA. Hoje o rio está na cota 16,94 enquanto que no ano passado o dia 24 de março registrava a cota 19,50. Já havia cerca de 30 mil pessoas atingidas pela enchente, enquanto que hoje são 740, entre desalojados e desabrigados. A diferença é muito grande. Temos agora 222 famílias atingidas enquanto que no ano passado eram cerca de oito mil nessa mesma época. São cenários completamente diferentes”, disse o coordenador.

 



Com as fortes precipitações do último final de semana, o Médio e Baixo Madeira viram as águas avançarem um pouco mais. Na zona urbana a cota chegou a 17,14. Alguns ribeirinhos acreditam que as usinas estejam manipulando a vazão dos reservatórios em horários noturnos, de forma que as águas avançariam em determinados momentos e recuariam em outros, quando as comportas fossem cerradas. “Contudo, não temos nenhuma informação oficial de que isso esteja ocorrendo. Em locais como Beco do Birro e Beco Gravatal, algumas vezes, percebemos que de manhã as águas estão pelo assoalho e à noite passam das janelas, mas o controle de vazão das usinas não é realizado por nós e sim pela ANA e pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). As usinas trabalham numa cota operativa determinada. A da Usina de Santo Antônio é a cota 70 e da Usina de Jirau é a cota 90. Caso essas cotas ultrapassem, o município pode solicitar a cobrança de verificação dos órgãos competentes e pedir providências em relação ao assunto, mas até agora não tem se apresentado algum motivo mais sério para que o município realize esse procedimento”, informou Marcelo Santos.

 



As chuvas nos rios Beni e Madre de Dios, que ultimamente têm sido consideradas acima da média, representam causa de alerta para a Defesa Civil e são esperados para os próximos 10 a 20 dias um aumento de cota do Madeira, podendo chegar à cota 17,50. Contudo, a Defesa Civil vem se antecipando e muitas famílias já tem sido realocadas em áreas protegidas, de forma que se isso vier a ocorrer não são esperados grandes transtornos, pois muita gente já deixou os locais mais arriscados, tanto na região urbana quanto nos distritos e demais localidades no médio e baixo Madeira. De acordo com os meteorologistas, depois desses próximos quinze a vinte dias deve acontecer o recuo das águas e as volta a uma situação de normalidade. Caso a cota atinja os 17,50 metros o município poderá decretar situação de emergência, mas com o excelente trabalho preventivo que tem sido realizado pela Defesa Civil não se espera nada muito drástico. Na região urbana, em locais geralmente mais afetados, como Panair, Beco do Birro e Beco Gravatal, muitos moradores já foram levados para casas de parentes ou de amigos e outras famílias passaram a receber auxílio social, de forma que estão alugando imóveis. Assim, não há previsão de grandes problemas pela frente.

 



Na semana passada um barco da Defesa Civil levou à região de Calama e localidades próximas um barco com barracas e água potável. Nesta terça-feira (24) outro barco seguiu com quatro mil fardos de água e barracas para Nazaré e Demarcação. “Nas regiões do alto Madeira as águas baixaram e não há motivos para grandes preocupações. No médio e baixo Madeira os moradores foram remanejados para barracas acima das áreas de risco. Eles rejeitam a ideia de virem para a cidade, de forma que temos que ajeitá-los por lá mesmo e as barracas são o melhor recurso que dispomos. Portanto, apesar de demandar bastante atenção, a situação não parece anunciar grandes problemas”, finalizou o coordenador.

Por Renato Menghi

Autor / Fonte: assessoria

Leia Também

Comentários