A Falência do diálogo- Por Bandeira Filho

 

Os recentes fatos ocorridos entre advogados e a Polícia Militar, demonstram o fracasso do diálogo, dando lugar a agressão verbal e física. A ineficiência não só das entidades, mas sobretudo do aparelho estatal que tem uma corporação que sofre com práticas conceituais baseada na busca de resultados, com o predomínio de quantitativo em detrimento do qualitativo, que torna crível o abandono do servidor público militar, pelo Estado. Salários baixos, aviltamento da carreira, sem treinamento, sem acompanhamento psicológico, abandonado à própria sorte.

O homem e não o trabalho deve ser o centro da tomada de decisões. Nesse enfoque, o centro do poder direciona nosso olhar para a discussão de classe, enquanto o dínamo gerador das distorções se mantém distante, alheio ao problema.

Cegos aos problemas, a retórica inflamada dos dois lados: Ordem dos Advogados do Brasil e Polícia Militar se digladiam com ações midiáticas de demonstração de força unilaterais, aniquilando o esforço para restaurar o significativo processo de diálogo e compromisso de identificarmos o verdadeiro culpado pelo agravamento dos problemas do Estado, nos afastando da construção de uma sociedade mais humana, justa e solidária.

Mudanças desses paradigmas dependem de alterações nas bases de sustentação, exigindo coragem para transgredir dogmas impostos pela própria sociedade. O desejo de libertação da ilusória liberdade, segurança oferecida pelo atual modelo político e social, que busca a semelhança nas diferenças e na disponibilidade para lidar com a diversidade humana, tem levado ao caos, a violência, ao medo.

Advogo que a vinculação positiva de que somos todos irmãos, trabalhadores e merecedores de respeitos mutuo, nos torna mais: ADVOGADOS, MAIS POLICIAL, MAIS HUMANO.  

 

*É advogado militante

Autor / Fonte: Bandeira Filho

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