Os hipopótamos viviam na fazenda do traficante na província de Antioquia, no norte do país.

© Foto: Getty Images Os hipopótamos viviam na fazenda do traficante na província de Antioquia, no norte do país

 

 

Autoridades da Colômbia enviaram veterinários para castrar cerca de 60 hipopótamos descendentes dos animais que habitavam um zoológico privado mantido pelo ex-traficante de drogas Pablo Escobar.

Os hipopótamos viviam na fazenda do traficante na província de Antioquia, no norte do país.

 

Escobar era o chefe do Cartel de Medellín. Ele enriqueceu e se transformou em um dos traficantes de drogas mais conhecidos do mundo, comandando por anos a exportação ilegal de cocaína da Colômbia para os Estados Unidos.

O traficante ordenou a criação de um zoológico particular importando animais exóticos como elefantes e girafas. Os hipopótamos inicialmente eram três fêmeas e um macho.

 

O traficante permitia a visitação pública do local. Ônibus carregados de estudantes entravam no complexo passando por baixo de um portal que ostentava a réplica do primeiro avião monomotor usado pelo traficante para levar cocaína aos Estados Unidos.

O local também tinha estátuas gigantescas de dinossauros, que Escobar mandou construir para seu filho.

Após a morte de Escobar, 20 anos atrás, a fazenda Nápoles foi confiscada e a maioria dos animais foi entregue pelas autoridades a zoológicos e instituições.

Porém, muito dos hipopótamos conseguiram escapar e passaram a se reproduzir na natureza.

 

 

Trópicos favoráveis

 

Acredita-se que atualmente o número de animais chegue a 60, pois os bichos se reproduziram em um ambiente de selva tropical muito favorável, com água e vegetação em abundância.

Segundo especialistas, na Colômbia, sem os períodos de secas que afetam os rios da África, a população de hipopótamos cresceu mais rápido que o normal.

Alguns chegaram a ser avistados em regiões muito distantes da fazenda do traficante.

 

Porém, os animais viraram alvo de polêmica, pois consomem toneladas de vegetais plantados por fazendeiros locais.

Após muitos debates sobre o que fazer com os animais, há cerca de cinco anos um deles foi abatido na antiga fazenda de Escobar. O episódio gerou fortes críticas de setores da sociedade colombiana e a ideia de promover uma caça foi abandonada.

Alguns animais recém nascidos chegaram a ser adotados como bichos de estimação pela população.

Mas o governo afirma que os hipopótamos representam uma ameaça à segurança pública – embora não haja registros de ataques a humanos desde que os animais foram importados.

A castração dos animais está sendo financiada com recursos apreendidos de traficantes de drogas.

 

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